Investimentos compõem apenas 1% da renda dos aposentados, diz Anbima

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Quanto antes começar a se planejar para a aposentadoria, melhor
Por Alessandra Taraborelli [email protected]

Publicado em 30/04/2025, às 14h28

São Paulo, 30/04/2025 - Muitas pessoas pensam em se aposentar para levar uma vida mais tranquila, com menos estresse e mais tempo livre para fazer coisas que antes não conseguiam. Mas, para isso, é necessário estar preparado financeiramente. A questão é que o brasileiro não está preparado para esta etapa da vida, como mostra a pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, referente a 2024, realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha. 

Segundo o levantamento, no ano passado apenas 1% dos entrevistados na condição de aposentados disseram manter para seu sustento aplicações financeiras, menos do que os 1,4% verificados em 2023. A grande maioria dos aposentados, 92,5%, conta com a previdência pública (INSS), porcentual por sua vez superior ao do verificado no ano anterior, 90,5%.

Ao mesmo tempo, cresceu a fatia dos entrevistados que contam com renda de previdência privada, 4,2% ante 3,3% verificados na pesquisa anterior. 

A intenção de contar com renda advinda de investimentos para o sustento cresceu de um ano para outro. Quando a feita a pergunta para as pessoas que ainda vão se aposentar de onde virá o sustento, 14,6%  responderam que será dos investimentos, ante 12% do levantamento anterior.

Nesse grupo, o INSS continua sendo a principal fonte de renda para a aposentadoria (57,3%), e 4,5% vão contar com a previdência privada. Em 2023, esses números eram 50,8% e 5,7%, respectivamente. 

A pesquisa mostrou ainda que 26,7% dos investidores ainda não começaram a se planejar para a aposentadoria e nem pretendem (contra 23,6% antes); 55% ainda não começaram mas pretendem (o índice era de 58,1% em 2023); e 18,3% já começaram (mesmo porcentual do ano anterior). 

Quanto antes se planejar para a aposentadoria, melhor

De acordo com o economista do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia), Adenauer Rockenmeyer, o planejamento financeiro para a aposentadoria deve começar o mais cedo possível. “A idade ideal seria a partir do momento que o indivíduo começa a trabalhar, quando ele deveria separar de 10% a 30% do seu salário para fazer sua aplicação financeira", recomenda. À medida que a pessoa vai evoluindo ela pode contribuir com valores maiores, segundo o economista.

O profissional lembra que no mercado é possível encontrar vários tipos de opções de investimentos, e o importante é diversificar. “O aconselhável é diluir os investimentos em alguns ativos, para diminuir riscos financeiros e econômicos que possam surgir de alguma possível crise, garantindo, assim, rentabilidade média, que no longo prazo vai aumentar o patrimônio financeiro”. 

Rockenmeyer acrescenta ainda que é possível procurar um especialista em economia e finanças para ajudar no planejamento estratégico, para que se possa ter na aposentadoria um “valor legal”, que garanta a subsistência quando mais se precisa, que é na velhice. 

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