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Investimentos públicos no Banco Master podem levar a prejuízo de R$ 2 bilhões

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Estados e Municípios destinaram milhões de fundos previdenciários de servidores para aplicações do Banco Master - Adobe Stock
Estados e Municípios destinaram milhões de fundos previdenciários de servidores para aplicações do Banco Master
Marcel Naves
Por Marcel Naves marcel.naves@viva.com.br

Publicado em 19/11/2025, às 17h55

São Paulo, 19/11/2025 - O Ministério da Previdência apontou que Estados e municípios aplicaram recursos previdenciários no Banco Master, que entrou em regime de liquidação extrajudicial, e com isto podem perder cerca de R$ 2 bilhões. Ao todo, 18 entes federativos aplicaram valores provenientes de seus Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) em letras financeiras. 
Apenas o Estado do Rio de Janeiro, concentra quase metade de toda destinação ao Banco Master, com R$ 970 milhões aplicados. O Rioprevidência, responsável pelo pagamento de aposentadorias e pensões a 235 mil servidores inativos, afirmou que os benefícios estão assegurados e não correm risco no curto prazo.

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Maiores aportes

Na sequência dos maiores aportes aparecem o Estado do Amapá, com R$ 400 milhões e o município de Maceió (AL), que destinou R$ 97 milhões. Logo depois vêm São Roque (SP), com R$ 93,15 milhões e Cajamar (SP), que investiu R$ 87 milhões. Araras (SP) completa o grupo dos principais aplicadores, com R$ 29 milhões expostos.
Também estão expostos  expostos ao risco da liquidação o munícipio de Itaguaí (RJ), que investiu R$ 59,6 milhões, o estado do Amazonas que destinou R$ 50 milhões, e Aparecida de Goiânia (GO) com R$ 40 milhões aplicados.
Na sequências dos valores aplicados estão Congonhas (MG), com R$ 14 milhões, além de Santo Antônio de Posse (SP) e Fátima do Sul (MS), ambos com R$ 7 milhões. Jateí (MS) aparece com R$ 2,5 milhões, ao lado dos municípios de Angélica (MS) e Santa Rita D’Oeste (SP), cada um com R$ 2 milhões.
Entre os menores aportes constam  São Gabriel do Oeste (MS) e  Paulista (PE), ambos com R$ 3 milhões, e o menor de todos foi o de Campo Grande (MS), com R$ 1,2 milhão aplicado.

Os investimentos de São Paulo 

Os cinco municípios de São Paulo que constam na relação investiram um total de R$ 218 milhões com dinheiro da previdência. Em abril deste ano, a Procuradoria do Ministério Público de Contas de São Paulo (MPC-SP) alertou o Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre a realização de altos investimentos feitos por institutos de previdência no banco. 

Do montante total  

R$ 87 milhões pelo o Instituto de Previdência Social dos Servidores de Cajamar;
R$ 29 milhões pelo Serviço de Previdência Social do Município de Araras;
R$ 2 milhões pelo Instituto de Previdência Municipal de Santa Rita d’Oeste;
R$ 7 milhões pelo Instituto de Previdência Municipal de Santo Antônio de Posse;
R$ 93,150 milhões pelo Instituto de Previdência Social dos Servidores Municipais de São Roque.

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Obrigações vencidas

O Fundo Garantidor de Crédito (FGC), garante até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição financeira ou conglomerado, com um limite global de R$ 1 milhão a cada quatro anos. Esse valor cobre depósitos e investimentos como CDBs, LCIs, LCAs, poupança e letras de câmbio, em caso de quebra da instituição.
Mas diferentemente das aplicações das pessoas físicas e das empresas, os valores aplicados por fundos de pensão e por fundos de investimento não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito. Nesse caso, o dinheiro só será recuperado se houver recursos suficientes após o pagamento das obrigações prioritárias. Tudo depende  da capacidade de venda e da liquidez dos ativos, podendo resultar em um pagamento integral, parcial ou parte do saldo ficar a descoberto.

Posição do Ministério da Previdência

O Ministério da Previdência Social informou que notas técnicas publicadas abordam o dever de verificar o baixo risco de crédito das aplicações e, também, abordando diversos aspectos relativos ao processo decisório de aplicação dos recursos em ativos de renda fixa de emissão de instituições financeiras bancárias.

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O Caso Master

A Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, durante uma operação deflagrada na manhã de terça-feira (18). A ação faz parte de uma investigação que apura a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras integrantes do sistema financeiro nacional. 
Além da prisão preventiva de Vorcaro, a operação resultou na prisão temporária de outras duas pessoas, cujas identidades não foram reveladas. Foram expedidos 25 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares que incluem o uso de tornozeleira eletrônica para alguns investigados. E o Banco Central decretou a intervenção extrajudicial da instituição.

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A investigação, iniciada em janeiro de 2024, concentra-se em três possíveis crimes: gestão fraudulenta, organização criminosa e gestão temerária. As autoridades analisaram documentações e transações financeiras para fundamentar os pedidos de prisão e busca e apreensão, que foram autorizados pela Justiça Federal de Brasília.

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