São Paulo, 18/08/2025 - Os lançamentos de projetos imobiliários dentro do
Minha Casa Minha Vida (MCMV) caíram 15,5% no segundo trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ficando em 44,2 mil unidades. As vendas, por sua vez, cresceram 11,9% no mesmo período, chegando a 46,9 mil moradias.
O programa representou 47% dos lançamentos totais do mercado no segundo trimestre (ante 53% no mesmo período do ano anterior) e 46% das vendas (ante 42% no mesmo período do ano anterior). Os dados foram divulgados hoje pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
O economista Celso Petrucci afirmou que o orçamento destinado ao financiamento de obras do
MCVM estava acabando na metade do ano, mas já foi ampliado. "Pode ser que a queda nos lançamentos tenha a ver com essa falta de recursos em junho e julho", comentou. Petrucci disse que a ampliação do orçamento foi importante para assegurar a continuidade dos lançamentos. "A roda do MCMV não pode parar. É o programa que oferta imóveis na maior parte do País para a população que tem menor renda".
O presidente da CBIC, Renato Correia, defendeu que o início de conversas para revisão dos parâmetros de
contratação dentro do MCMV. Como as discussões sobre novos parâmetros geralmente levam seis meses, e a aprovação de tais medidas levam outros seis meses, seria importante já colocar o assunto na pauta junto do governo federal. "Já tem dois anos desde última alteração do Minha Casa Minha Vida. Seria interessante alinhar os novos parâmetros", defendeu, lembrando que a demora para implantar ajustes no ciclo anterior, em 2023, geraram alguns gargalos para contratação.
Entidade mantém projeções
A CBIC reiterou a sua expectativa de que os lançamentos e as vendas do mercado imobiliário em 2025 fiquem estáveis na comparação com 2024. "Esperamos um pequeno crescimento dentro do Minha Casa Minha Vida e uma pequena queda nos demais mercados", afirmou o economista Celso Petrucci, durante apresentação.
No início do ano, a CBIC já havia estimado estabilidade do mercado, na média, para este ano, conforme mostrou o Broadcast.
Petrucci explicou que o juro alto tem afetado os negócios no segmento de médio e alto padrão, que dependem de financiamentos com recursos originados no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). "Em termos de recursos do SBPE, já sentimos que o mercado vai dando uma 'afofada', indo para estabilidade", comentou.
No primeiro semestre de 2025, as vendas de imóveis cresceram 9,6% em relação ao primeiro semestre de 2024, alcançando 206,9 mil unidades, enquanto os lançamentos tiveram um aumento de 6,8% no mesmo período, somando 186,5 mil unidades.
Já no segundo trimestre, o mercado iniciou um movimento de desaceleração. As vendas tiveram um crescimento de 2,6% em comparação ao mesmo período do ano passado, atingindo 102,8 mil unidades, enquanto os lançamentos caíram 6,8%, totalizando 93,3 mil unidades.