São Paulo, 01/11/2025 - Pesquisa da Ipsos, realizada às vésperas da
COP30, em Belém (PA), mostra que cidadãos ao redor do mundo cobram maior
responsabilidade ambiental de empresas e do poder público diante do agravamento do clima.
O levantamento também revela amplo apoio ao financiamento global para a preservação das florestas tropicais, principal proposta brasileira para a COP30, materializada na criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF na sigla em inglês).
O estudo, feito em 30 países com 23 700 entrevistados, aponta que 65% concordam que as empresas deveriam ser obrigadas a investir parte dos lucros em ações climáticas; entre os brasileiros, a fatia é de 64%. Além disso, 54% defendem que bilionários arquem com a maior parcela dos custos de combate às mudanças climáticas.
Para 62% dos consultados, o governo brasileiro acerta ao propor que nações que preservam suas florestas recebam financiamento e sejam penalizadas se desmatarem. A avaliação refere-se ao TFFF, que busca atrair recursos privados e públicos para remunerar países que mantêm suas florestas, monitoradas por satélite.
Levantar verbas para o fundo será um dos eixos centrais da Cúpula do Clima de Belém, em 6 e 7 de novembro, que reunirá 145 delegações, 57 delas com chefes de Estado.
As reparações financeiras - assistência financeira e tecnológica que países desenvolvidos devem prestar às nações em desenvolvimento para ajudá-las a enfrentar os efeitos do aquecimento global - têm apoio de 55% dos entrevistados. As maiores adesões estão na América Latina (62%) e na região Ásia-Pacífico (Apac), com 57%. Na Europa, 50% concordam; a maior resistência vem da América do Norte, onde apenas 42% apoiam a medida. No Brasil, 59% defendem que os países ricos forneçam reparações às nações mais afetadas por desastres climáticos.
Quanto à eficácia da COP30, a opinião pública se divide: 49% a veem como “meramente simbólica”, sem ações reais contra as mudanças climáticas. O grupo mais otimista é o de jovens do Sul Global - cerca de 45% da Geração Z acreditam na efetividade do encontro, contra 29% entre os boomers. No recorte brasileiro, o ceticismo cai para 43%.