Salário mínimo em 10 países: veja comparação com o Brasil

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O salário mínimo é um dos instrumentos mais utilizados por governos

Por Beatriz Duranzi

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Publicado em 15/07/2025, às 08h56

São Paulo, 15/07/2025 - O salário mínimo é um dos instrumentos mais utilizados por governos para garantir uma base de remuneração aos trabalhadores formais. No entanto, a forma como ele é definido, reajustado e aplicado varia amplamente entre os países, e os valores praticados revelam um cenário global de profundas desigualdades econômicas.

Enquanto em países desenvolvidos o salário mínimo mensal pode ultrapassar os R$ 15 mil, nações em desenvolvimento, como o Brasil, ainda lutam para oferecer uma remuneração que cubra as necessidades básicas de uma família.

Atualmente, o salário mínimo brasileiro é de R$ 1.412, valor que, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), está longe de ser suficiente.

De acordo com o órgão, o mínimo ideal para sustentar uma família de quatro pessoas no Brasil deveria ser de R$ 6.388,55, ou seja, quase cinco vezes mais do que o valor oficial em vigor.

Top 10: os países com os maiores salários mínimos do mundo

De acordo com os dados comparativos mais recentes, os dez países com os maiores salários mínimos convertidos para reais mostram um abismo em relação ao Brasil. Veja o ranking:

  1. Luxemburgo – R$ 15.646,78 por mês
  2. Austrália – R$ 14.606,47 por mês
  3. Reino Unido – R$ 13.592,18 por mês
  4. Países Baixos (Holanda) – R$ 12.992,67 por mês
  5. Irlanda – R$ 13.073,97 por mês
  6. Alemanha – R$ 12.515,86 por mês
  7. Canadá – R$ 12.000,63 por mês
  8. Bélgica – R$ 12.609,35 por mês
  9. Nova Zelândia – R$ 13.883,12 por mês
  10. França – R$ 10.764,62 por mês

Esses países não apenas pagam mais, mas também costumam reajustar seus mínimos anualmente para acompanhar a inflação e o custo de vida, garantindo maior estabilidade econômica para seus cidadãos.

E o Brasil?

No Brasil, o valor de R$ 1.412 coloca o país entre os países com os menores salários mínimos do mundo. Mesmo com reajustes periódicos, o mínimo brasileiro tem perdido poder de compra ao longo dos anos, especialmente diante da alta nos preços de alimentos, moradia e transporte.

Para piorar, quando comparado a outros países latino-americanos e emergentes, o Brasil também fica atrás:

  • México – R$ 2.255,00 (MXN 7.470)
  • Argentina – R$ 1.893,67
  • Colômbia – R$ 1.892,18
  • Chile – R$ 2.831,41
  • Uruguai – R$ 2.332,69

Mesmo países com economias fragilizadas, como a Bolívia (R$ 2.006,06) e a Bulgária (R$ 2.904,93), apresentam mínimos superiores ao brasileiro.

Os piores salários mínimos do planeta

Entre os piores colocados, alguns números surpreendem. Veja três exemplos:

  1. Bangladesh – R$ 93,23 por mês
  2. Angola – R$ 311,81 por mês
  3. Camboja – R$ 0,24 por mês (valor altamente simbólico ou desatualizado)

Vale destacar também que vários países não possuem um salário mínimo nacionalmente estabelecido, como é o caso de Suécia, Suíça, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Itália e Áustria. Nesses lugares, as remunerações são frequentemente definidas por acordos coletivos entre sindicatos e empregadores, o que pode garantir salários mais elevados mesmo sem uma norma federal.

Salário mínimo e qualidade de vida

A comparação global deixa clara a relação entre salário mínimo, custo de vida e qualidade dos serviços públicos. Países com salários mais altos costumam ter também custos mais elevados de habitação e alimentação, mas oferecem infraestruturas mais robustas de saúde, transporte e educação, o que reduz o peso dessas despesas no orçamento familiar.

Já nos países com salários mínimos baixos, como o Brasil, o problema se agrava pela falta de serviços públicos de qualidade e pela informalidade no mercado de trabalho, que atinge uma parcela significativa da população.

O salário mínimo, embora seja apenas uma peça no quebra-cabeça da economia, reflete muito sobre as prioridades políticas e sociais de um país. A disparidade entre as remunerações mínimas ao redor do mundo evidencia que o desafio não é apenas aumentar o valor nominal, mas também garantir condições reais de vida digna aos trabalhadores.

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