Brasília, 15/07/2025 - Representantes do setor produtivo do agronegócio estão reunidos neste momento em um café da manhã com a diretoria da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), na sede da bancada em Brasília, apurou o Broadcast Agro. O motivo do encontro é o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com
sobretaxa adicional de 50% sobre produtos brasileiros importados. O agronegócio é considerado um dos setores mais afetados pela medida.
Nos bastidores, representantes das entidades, exportadores, produtores e indústria ligada ao agronegócio afirmam ao Broadcast Agro que a ideia é subsidiar os parlamentares com números quanto ao impacto do tarifaço sobre as exportações agropecuárias e reforçar o pedido por "pragmatismo" no tratamento do tema.
Empresários do setor temem que questões políticas possam travar ou prejudicar a busca de soluções comerciais negociadas para minimizar os impactos ao setor agropecuário.
Os setores mais afetados pelo tarifaço do governo norte-americano estão presentes na reunião. Participam do encontro representantes do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (Citrus BR), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), CropLife Brasil (associação que representa a indústria de defensivos químicos, bioinsumos, biotecnologia e mudas e sementes), Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e Bioenergia Brasil.
Pela FPA, estão presentes o presidente da bancada agropecuária, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), e membros da diretoria da frente, como os deputados Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) e Tião Medeiros (PP-PR). A posição da própria FPA pedindo "cautela" e "diplomacia firme" ao governo brasileiro já reflete a posição defendida pelos exportadores, produtores e agroindústria.
O
apelo de parlamentares da bancada agropecuária para que o governo esgote a via diplomática com os Estados Unidos e evite retaliações ressoa do próprio setor produtivo. Exportadores e representantes da agroindústria externaram preocupação aos líderes políticos do setor com uma eventual reciprocidade do governo brasileiro. "Pode se tornar um movimento sem fim", diz um empresário do setor que prega o pragmatismo e a busca de solução econômica a despeito das questões políticas. O receio do setor é quanto ao impacto comercial da escalada da tensão entre os países e as dificuldades de redirecionamento de embarques a outros destinos.