Vendas no varejo físico perdem força e recuam 1,5% em agosto, aponta pesquisa

Foto: Envato Elements

Em 12 meses, índice registrou crescimento de 2,1%, revelando uma perda de dinamismo no varejo ao longo do ano - Foto: Envato Elements
Em 12 meses, índice registrou crescimento de 2,1%, revelando uma perda de dinamismo no varejo ao longo do ano
Por Fabiana Holtz fabiana.holtz@viva.com.br

Publicado em 26/09/2025, às 13h16 - Atualizado às 13h23

São Paulo, 26/09/2025 – Mesmo com o estímulo de uma importante data comemorativa, o dia dos pais, o mês de agosto não foi dos melhores para o varejo físico brasileiro. No período, as vendas desse segmento registraram baixa de 1,5% ante julho, de acordo com o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian, que analisa a performance do segmento pelo volume de consultas ao crédito. A queda, segundo a Serasa, foi influenciada pelo desempenho negativo de setores de peso, como Motos, Veículos e Peças, que caíram 6,4%. 
[Colocar ALT]
Fonte: Serasa Experian
A desaceleração, na visão de Camila Abdelmalack, economista da Serasa Experian, é um reflexo dos juros elevados. Isso se confirma, segundo ela, principalmente em segmentos que dependem de financiamento, como os veículos. "A recente melhora nos preços dos alimentos, aliada à resiliência do mercado de trabalho, com crescimento da renda real, contribuiu para a sustentação do consumo básico", observa. Com isso, em agosto o setor de Supermercados, Hipermercados, Alimentos e Bebidas registrou leve alta de 0,2%. 
Leia também: Confiança do Comércio cai 3,1% em agosto ante julho, após quatro meses de alta

Perda de dinamismo

Frente a agosto do ano passado, o índice registrou crescimento de 2,1%, revelando uma perda de dinamismo no varejo, em meio a um cenário de consumo mais cauteloso. O resultado de agosto representou a menor variação interanual registrada no ano, que chegou a atingir 5,3% nos primeiros meses de 2025. 
[Colocar ALT]
Fonte: Serasa Experian
A categoria de Móveis, Eletrodomésticos, Eletroeletrônicos e Informática se destacou entre as altas, com acréscimo de 5,3%, a maior registrada pelo setor no comparativo em 12 meses desde abril do ano passado. 
Com alta de 5%, a categoria de Tecidos, Vestuário, Calçados e Acessórios também chamou a atenção. Já Supermercados, Hipermercados, Alimentos e Bebidas apresentou acréscimo mais discreto, de 3,3%, no período, seguida por Combustíveis e Lubrificantes (2,1%) e Materiais de Construção (2,0%). Na outra ponta, Veículos, Motos e Peças recuou 4,3%.
E a expectativa é que essa desaceleração continue no segundo semestre, aponta a Serasa Experian, diante da maior cautela dos consumidores nas compras a prazo em razão dos juros elevados e pressão sobre o orçamento das famílias. 
Para construção do indicador, a Serasa Experian conta exclusivamente com o volume de consultas mensais realizadas por cerca de 6 mil estabelecimentos comerciais que constam em sua base de dados. 

Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.

Últimas Notícias