Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
[email protected]As pessoas entram no mercado apenas para "comprar o básico", mas quando chegam ao caixa, o valor da compra surpreende. Isso não é coincidência. Estes locais se utilizam de estratégias silenciosas, porém muito eficazes, para influenciar o comportamento levando o consumidor a gastar mais do que o planejado.
De acordo com o estudo Impact of Store Design and Atmosphere on Shoppers’ Purchase Decisions: An Empirical Study (Impacto do design e da atmosfera da loja nas decisões de compra dos consumidores, na tradução livre), publicado na revista Sustainability, desde o tamanho do carrinho até degustações, tudo é pensado para mexer com as decisões de comprar.
Confira abaixo as 6 estratégias secretas mais comuns que passam despercebidas, mas afetam diretamente o seu bolso.
Carrinhos de compras estão cada vez maiores, e isso não é coincidência. Quando o carrinho parece vazio, mesmo com vários itens dentro, o cérebro entende que ainda há espaço e isso incentiva a colocar mais produtos do que o planejado. Sem perceber, o consumidor acaba gastando mais.
Itens como arroz, leite e papel higiênico raramente estão logo na entrada, eles geralmente ficam no fundo da loja. A ideia é fazer o cliente circular pelos corredores e, nesse trajeto, aumentar as chances de encontrar promoções, novidades ou produtos que não estavam na lista.
“Leve 3, pague 2” ou “economize levando mais” parecem vantajosas, mas nem sempre são. É essencial calcular o preço por unidade e avaliar se realmente precisa daquela quantidade. Do contrário, o que parecia economia vira desperdício.
Amostras grátis e degustações são ótimos gatilhos para estimular o consumo. Um cheirinho bom no ar, pessoas elogiando e aquela curiosidade de provar aumentam muito as chances de colocar o produto no carrinho, mesmo que ele não esteja na lista de compra.
Os produtos que mais interessam ao mercado, ou seja, os mais caros ou com maior margem de lucro ficam estrategicamente posicionados na altura dos olhos. Isso facilita o acesso e atrai mais atenção.
Já produtos voltados para crianças costumam ficar nas prateleiras mais baixas, na linha de visão dos pequenos, estimulando pedidos inesperados.
Quando o consumidor já está quase indo embora dos mercados, ali na fila do caixa, aparecem guloseimas, chicletes, balas e snacks. São os chamados produtos de impulso. A pessoa está cansada, com fome ou entediada e, sem pensar muito, acaba pegando um ou dois itens a mais. Resultado: mais gastos no final da compra.
Algo interessante é: ao contrário do que muitos pensam não existem esses truques de ambientes com música suave e iluminação bem planejada. De acordo com a pesquisa, fazer a pessoa relaxar, andar devagar e aproveitar mais a experiência, não passa de algo insignificante no momento das compras. A música mais lenta não reduz o ritmo e aumenta o tempo dentro da loja.
As luzes são posicionadas para valorizar cores e texturas de alimentos, especialmente frutas e carnes. Já o aroma de pão quente ou bolo saindo do forno ativa a fome e atrai para a padaria, onde os riscos de comprar por impulso nos mercados aumentam.
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