Você não está só: veja como os animais mais inteligentes valorizam o solidão

Ao contrário do que a maioria dos humanos, alguns animais valorizam a solidão e vivem melhor sozinhos do que em grupo, e isso traz vantagens surpreendentes.

O rato-toupeira-cego do Oriente Médio é um ótimo exemplo, ele passa a vida escavando túneis e buscando raízes, sem dividir seu espaço com ninguém. Se outro rato invade seu túnel, a briga é certa, e pode até acabar em morte. Eles só se encontram para acasalar e ainda assim com muito cuidado.

Segundo a BBC News, embora pareça que só animais mais simples vivam sozinhos, a ciência mostra que isso não é verdade. Estudos recentes revelam que muitos animais solitários inteligentes têm vidas sociais mais complexas do que se pensava. Cerca de 22% dos mamíferos vivem majoritariamente sozinhos, caçando e dormindo sem companhia.

Embora pareça triste viver sozinho, isso tem suas vantagens: menos brigas por comida, abrigo ou parceiro, menor risco de doenças e menos estresse social. Os tigres, por exemplo, preferem caçar sozinhos para não dividir presas escassas.

Outros, como a preguiça, se camuflam melhor quando estão sozinhos. No entanto, isso não significa que animais solitários sejam totalmente isolados, muitos só interagem quando é vantajoso.

Já o rato-do-mato Karoo, vive próximo a parentes e até compartilha tocas quando há escassez. Já os polvos, antes vistos como totalmente solitários, podem viver juntos quando há abrigo suficiente, como numa “cidade de polvos”, lá, eles interagem de formas curiosas, empurrando objetos uns nos outros.

Tartarugas, conseguem imitar o comportamento de outras para conseguir comida, algo que antes se achava exclusivo de animais sociais ou inteligentes. Esses comportamentos mostram que até os animais que preferem ficar sozinhos podem aprender e se adaptar socialmente.

Ainda de acordo com a BBC News, para os humanos, que cada vez mais vivem sozinhos, esses exemplos mostram que a solidão não é algo ruim.

Viver sozinho pode ser algo natural e cheio de benefícios, inclusive para a saúde e o bem-estar. Como diz o cientista Carsten Schradin: "entender os animais solitários pode nos ajudar a valorizar também os momentos de estar só".