Chile quer voos diretos de Campo Grande para atrair brasileiros

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Plaza de la Ciudadanía em Santiago, Chile, é um dos principais pontos turísticos da capital - Divulgação/STGO Turismo
Plaza de la Ciudadanía em Santiago, Chile, é um dos principais pontos turísticos da capital

Por Luiz Araújo, do Broadcast

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Publicado em 24/04/2025, às 09h44 - Atualizado em 25/04/2025, às 09h44

Brasília, 24/04/2025 - O governo do Chile está discutindo com autoridades brasileiras a intenção de ampliar as rotas aéreas entre os dois países. Buscando consolidar o fluxo crescente de turistas que chegam do Brasil, a gestão do país vizinho mira a criação de voos diretos saindo de Campo Grande (MS), uma estratégia que facilitaria a visita à região norte chilena, que ainda é pouco explorada pelos brasileiros.

Em entrevista ao Broadcast, a subsecretaria de Turismo do Chile, Veronica Pardo, diz que o Brasil é visto como um parceiro estratégico e potencial para ganhos mútuos.

O número de turistas brasileiros no país saltou de 247 mil em 2022 para 787 mil no ano passado, uma alta de 223%. O fluxo contrário cresceu 218%, com 653 mil em 2024 ante 202 mil em 2022.

"Se conseguirmos manter o mesmo patamar do ano passado, já será positivo. O desafio é apresentar regiões do Chile que não são conhecidas pelos brasileiros", afirma Pardo. As atuais 15 rotas que saem de 11 Estados do Brasil são limitadas à capital Santiago. Agora, o objetivo é viabilizar a ligação aérea entre Campo Grande e Antofagasta, cidade ao norte que, para os brasileiros, só pode ser acessada a partir de uma série de conexões.

Próximas entre elas, Antofagasta, Arica e Iquique concentram ofertas turísticas diversas. Arica tem como atrativos suas praias, o Morro de Arica e sítios arqueológicos ligados a antigas civilizações andinas. Iquique reúne patrimônio histórico do ciclo do salitre, além de opções de comércio e lazer. Antofagasta é ponto de acesso ao Deserto do Atacama e a áreas de observação espacial e formações geológicas, sendo também uma base para visitar salares e geoglifos.

Os diálogos da líder da pasta de turismo do Chile estão sendo conduzidos em diferentes frentes. Além de reuniões com a Embratur, do governo federal, Veronica Pardo busca entendimentos com companhias aéreas e com governadores. "No momento, nosso foco é a rota de Campo Grande. Mas estamos abertos a outros Estados. Os governadores podem contribuir subsidiando os primeiros voos de uma nova rota", explica.

Incentivo federal

A crescente do turismo entre os dois países tem parte atribuída ao programa de Aceleração do Turismo Internacional (PATI), lançado pelo governo brasileiro no ano passado para incentivar a ampliação do número de assentos e voos internacionais com destino ao Brasil. Conduzido pela Embratur, o projeto piloto do PATI investiu R$ 3,3 milhões e captou 70 mil assentos em voos internacionais para a temporada de verão 2024/2025 (27 de outubro a 30 de março).

Para este ano, foram disponibilizados R$ 63,6 milhões em recursos públicos ao PATI. A liberação dos recursos é condicionada a análises de projetos apresentados pelas companhias aéreas, que precisam indicar a criação de novas rotas e ou ampliação de assentos, além de ações de promoção dos voos. A estimativa é de que as companhias aportem outros R$ 63,3 milhões para estruturar as expansões, com potencial total de R$ 126,6 milhões em investimentos.

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