São Paulo, 19/06/2025 - A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta quinta-feira que o presidente dos EUA, Donald Trump, tomará uma decisão nas "próximas duas semanas" sobre uma eventual entrada do país na guerra entre Israel e Irã. Em coletiva de imprensa, Leavitt frisou que Trump "ainda acredita em uma solução diplomática para a crise Israel-Irã" e que o caminho do diálogo segue sendo considerado por Washington.
Segundo ela, "o enviado dos EUA, [Steve] Witkoff, tem mantido contato com o Irã, e a troca de comunicações continua", o que mantém aberta a possibilidade de retomada das negociações. "Trump acha que o Irã pode voltar à mesa de negociações em um futuro próximo", disse Leavitt, acrescentando que o republicano está "sempre interessado em uma solução diplomática, mas não tem medo de usar força" se for preciso.
A porta-voz ressaltou, no entanto, que qualquer eventual acordo com Teerã não pode permitir o enriquecimento de urânio. Em tom mais grave, Leavitt declarou que "é um fato que o Irã nunca esteve tão perto de uma arma nuclear", e alertou que o país persa "pode e deve fazer um acordo ou então enfrentará graves consequências". Para ela, o Irã está em uma posição "vulnerável".
Sobre movimentações internacionais, Leavitt disse que não há sinais de que a China esteja se envolvendo militarmente no Irã. Ainda assim, os EUA seguem monitorando o cenário, especialmente diante da reunião prevista entre autoridades iranianas e europeias nesta sexta-feira. "Vamos ver como será."
Petróleo fecha em alta
Ao ser questionada sobre os preços do
petróleo, Leavitt mencionou que Trump monitora "de perto" os valores e que está "avaliando diversos fatores", sem dar detalhes.
Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta próxima de 3% nesta quinta-feira, enquanto investidores seguem ponderando informações que indicam a possibilidade de envolvimento direto dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã.
Na Intercontinental Exchange (ICE), o contrato de petróleo Brent para agosto fechou em alta de 2,80% (US$ 2,15), a US$ 78,85 o barril, depois de tocar máxima intraday de US$ 79,04, o maior patamar desde 22 de janeiro. Às 14h21 (de Brasília), na sessão eletrônica da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para o mesmo mês operava em alta de 2,54%, a US$ 75,37 o barril, em dia de feriado nos Estados Unidos.
Israel aguarda uma decisão de Trump sobre se juntar aos ataques contra o programa nuclear do Irã dentro das próximas 24 a 48 horas, segundo o The Times of Israel. "A expectativa é que eles se juntem a nós, mas ninguém está pressionando", disse uma autoridade israelense.
Um dos maiores riscos é a possibilidade do fechamento do Estreito de Ormuz, ameaça feita pelo Irã em caso de bombardeios americanos contra o país. Qualquer interferência na navegação pelo corredor marítimo pode abalar os mercados de energia a partir da interrupção do fluxo de petróleo pela via.