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INSS suspende novas concessões de consignado do Agibank por fraudes

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A auditoria da CGU constatou a existência de contratos firmados sem autorização dos segurados e indícios de fraudes em milhares de operações - Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
A auditoria da CGU constatou a existência de contratos firmados sem autorização dos segurados e indícios de fraudes em milhares de operações
Paula Bulka Durães
Por Paula Bulka Durães paula.bulka@viva.com.br

Publicado em 03/12/2025, às 11h53

São Paulo, 03/12/2025 – O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu, nesta quarta-feira, novas concessões de crédito consignado do Agibank por graves irregularidades identificadas pela Controladoria-Geral da União (CGU).

A auditoria da CGU constatou a existência de contratos firmados sem autorização dos segurados e indícios de fraudes em milhares de operações. Agora, o caso segue para apuração da Polícia Federal (PF). Segundo o INSS, a suspensão será mantida até o fim das investigações.

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Entre as falhas apontadas, a CGU encontrou mais de 1,1 mil contratos fechados após a data de óbito dos beneficiários, entre 2023 e 2025. Desse total, 163 envolviam benefícios já interrompidos pelo INSS.

Em outro caso, um segurado de Fortaleza (CE) virou vítima de uma operação ilegal que elevou sua dívida em R$ 17.073,94.

A CGU identificou um pedido de refinanciamento – quando o empréstimo é refeito – não autorizado pelo beneficiário. A operação reuniu sete contratos, três deles inexistentes no sistema do INSS. O “troco” registrado, próximo ao valor da fraude (R$ 17.135,18), nunca chegou à conta da vítima.

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De acordo com o INSS, o Agibank realizou ainda outros refinanciamentos com juros muito abaixo do teto de 1,85% ao mês. Nos testes, foram localizados 5,2 mil contratos com taxas inferiores a 0,4% ao mês e outros 33,4 mil abaixo de 1%.

Procurado pelo VIVA, o Agibank ainda não se manifestou.

Suspensões aumentam

O Agibank se soma a outras 13 instituições financeiras que tiveram a concessão de novos consignados suspensa. São elas:

  • Banco do Nordeste do Brasil S/A – BNB;
  • Banco Industrial do Brasil S/A;
  • Banco Inter S.A.;
  • Banco Master S.A.;
  • Banco Seguro S.A.;
  • Casa do Crédito S.A. – Sociedade de Crédito ao Microempreendedor;
  • CDC Sociedade de Crédito Direto S.A.;
  • Cobuccio Sociedade de Crédito Direto S.A.;
  • Facta Financeira S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento;
  • HBI Sociedade de Crédito Direto S.A.;
  • Paraná Banco S.A.;
  • Valor Sociedade de Crédito Direto S.A. (Valor Financiamentos);
  • Via Certa Financiadora S.A. – Crédito, Financiamento e Investimento.

Desde os bloqueios, iniciados em agosto, o Banco Inter, a Facta Financeira e a Cobuccio Sociedade de Crédito Direto firmaram acordos com o INSS para devolver os valores cobrados indevidamente.

O Banco BMG, que não teve as operações suspensas, comprometeu-se a restituir R$ 7 milhões a 100 mil beneficiários, ajustar procedimentos e evitar punições futuras.

Como medida para combater fraudes, em maio o INSS tornou obrigatória a biometria facial para desbloquear operações de crédito consignado.

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