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É o fim do tarifaço? EUA retiram tarifa extra de alguns produtos brasileiros

Foto: Envato Elements

Café é um dos produtos que voltaram à situação anterior ao tarifaço - Foto: Envato Elements
Café é um dos produtos que voltaram à situação anterior ao tarifaço

Por Equipe Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 21/11/2025, às 08h32
Brasília, 21/11/2025 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ampliou a lista de isenções da tarifa de 40% para incluir mais produtos agrícolas do Brasil, em meio aos avanços nas negociações entre os dois países. Na prática, a decisão retira a sobretaxa de itens importantes para o setor exportador do País, como o café e a carne bovina. 
Na ordem executiva divulgada pela Casa Branca, Trump cita a conversa telefônica que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 3 de outubro, na qual os dois líderes concordaram em abrir as discussões sobre o tarifaço. Desde então, os progressos nas negociações eliminaram a necessidade de tarifar algumas importações agrícolas, de acordo com ele. 
A medida é retroativa, o que significa que estarão isentas todas as mercadorias retiradas de armazéns para consumo a partir de 12h01 (horário de Nova York) de 13 de novembro. Há uma semana, Trump havia retirado a taxa recíproca de 10% sobre produtos agrícolas. Com isso, importantes produtos agrícolas brasileiros ficam isentos de taxas adicionais aos EUA.
A lista de produtos brasileiros que tiveram a tarifa adicional de 40% zerada pelos Estados Unidos contém 242 itens. Entre os destaques estão o café, a carne bovina, alguns cortes de madeira, a laranja e outras frutas como, por exemplo, manga, coco, açaí, abacaxi.
Negociação ainda não acabou

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a decisão como uma "vitória do diálogo, da diplomacia e do bom senso". Segundo Lula, a decisão foi um "passo na direção certa", mas é preciso "avançar ainda mais", declarou em vídeo.

"O diálogo franco que mantive com o presidente Trump e a atuação de nossas equipes de negociação, formada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad  e Mauro Vieira pelo lado brasileiro, possibilitaram avanços importantes", anotou. Lula destacou que o governo seguirá no diálogo com Trump "tendo como norte nossa soberania e o interesse dos trabalhadores, da agricultura e da indústria brasileira".
Lula frisou que a decisão dos EUA é "muito importante para a relação civilizada que tem que ter entre Brasil e Estados Unidos".
Eu acho que Trump deu bom sinal, então precisamos estar preparados. Porque ele está convidado para vir no Brasil, quando ele quiser, e eu espero ser convidado para ir a Washington para a gente poder zerar qualquer celeuma comercial política entre Brasil e EUA".
A gravação foi feita ao lado do ministro da Fazenda Fernando Haddad e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Este último afirmou que depois da conversa entre Lula e Trump "abriu uma avenida de entendimento". Ainda de acordo com Alckmin, os avanços significam emprego, desenvolvimento e mais comércio exterior. Já Haddad disse acreditar que "vai prevalecer o bom senso" porque Lula é um "homem do diálogo".
Lula ainda chegou a se dirigir a Trump no vídeo, dizendo que só agradeceria o presidente dos EUA parcialmente. "Porque eu vou agradecer totalmente quanto tiver tudo acordado entre nós", afirmou. "Agora eu queria dizer uma coisa, presidente: se em apenas duas conversa já chegamos ao que chegamos acho que com três quatro conversas iremos fazer com que Brasil e EUA vivam em harmonia politicamente e comercialmente. Obrigada pela decisão", completou.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, avalia que a retirada do tarifaço de 40% pelos Estados Unidos sobre produtos agrícolas brasileiros é fruto da retomada do diálogo entre os dois países, e a expectativa agora é de retomada das exportações dos produtos agropecuários brasileiros para o mercado norte-americano. "Voltamos ao status anterior do tarifaço, porque eles retiraram toda a sobretaxa. Havia retirado os 10% há uma semana e agora tirou 40%,retroagindo à semana passada. Ficou exatamente como era antes da taxação", destacou o ministro.
Setores que ficaram de fora

"O governo brasileiro recebeu hoje (20/11), com satisfação, a decisão do governo dos Estados Unidos de revogar a tarifa adicional de 40% para uma série de produtos agropecuários importados do Brasil", afirma o Itamaraty em nota, publicada na noite de quinta-feira.

"O Brasil seguirá mantendo negociações com os EUA com vistas à retirada das tarifas adicionais sobre o restante da pauta de comércio bilateral", assegurou o Ministério das Relações Exteriores (MRE) no documento. 
A indústria de pescados ficou de fora da lista de produtos brasileiros que tiveram a tarifa adicional de 40% zerada pelos Estados Unidos e afirma "frustração com as negociações".

"Estamos obviamente felizes pelos setores que avançaram, mas frustrados por não vermos evolução e priorização do pescado pelo governo brasileiro", afirmou o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Eduardo Lobo, por meio de nota.

Da mesma forma, a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) avaliou como "muito positiva" a decisão dos EUA de eliminar a tarifa de 40% sobre uma série de produtos agrícolas brasileiros, e reiterou que é necessário intensificar o diálogo entre os dois países para que seja estendida a eliminação das tarifas aos demais produtos ainda impactados, em especial, os bens industriais.
"A medida representa um avanço importante rumo à normalização do comércio bilateral, com efeitos imediatos para a competitividade das empresas brasileiras envolvidas e sinaliza um resultado concreto do diálogo em alto nível entre os dois países", diz a Amcham.
Para ver a lista completa dos itens importados pelos EUA que estão livres da tarifa adicional clique aqui

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