Endividamento das famílias brasileiras passa de 48,5% em fevereiro para 48,6% em março

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Endividamento das famílias brasileiras teve leve alta em março, segundo dados do BC

Por Célia Froufe e Fernanda Trisotto, do Broadcast

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Publicado em 29/05/2025, às 09h46
Brasília, 29/05/2025 - As concessões de crédito livre dos bancos subiram 2,7% em abril, na comparação com março, para R$ 573,5 bilhões, informou o Banco Central nesta quinta-feira. No acumulado de 12 meses, crescem 15,1%. Os dados não incorporam ajustes sazonais.
Concessões para pessoas físicas subiram 2,4%, de março para abril, para R$ 307,6 bilhões. No acumulado de 12 meses, avançam 13,1%. As concessões para empresas avançaram 3,1% no mês, para R$ 265,9 bilhões. Em 12 meses, têm alta de 17,6%.
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro passou de 48,5% em fevereiro (dado revisado) para 48,6% em março. O recorde histórico foi atingido em julho de 2022, com 49,9%. Descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento se manteve em 30,4%, considerando a revisão do dado do mês de fevereiro.
O programa Desenrola, encerrado em maio de 2024, promoveu a renegociação de R$ 53,07 bilhões em dívidas, ou 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o Ministério da Fazenda, ele levou a uma queda de 8,7% na inadimplência da população de baixa renda, público prioritário do programa. Das 15,06 milhões de pessoas atendidas, 5 milhões eram desse grupo e negociaram, somados, R$ 25,43 bilhões em débitos.
O comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) passou de 27,3% em fevereiro (dado revisado) para 27,2% em março. Sem contar os empréstimos imobiliários, oscilou de 25,1% (dado revisado) para 25,0%.

Juros do cartão de crédito

O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 0,4 ponto porcentual entre março e abril, de 443,7% (dado revisado) para 443,3% ao ano.
A taxa do parcelado passou de 181,1% para 178,9% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 85,7% (dado revisado) para 85,9%.
O Congresso definiu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderiam ultrapassar 100% do principal da dívida. O teto para os juros e encargos da modalidade passou a valer em janeiro de 2024.
As taxas apresentadas pelo BC podem sugerir que os bancos estejam descumprindo a lei, mas o que acontece é apenas um registro estatístico. Para chegar às taxas anuais, a autoridade monetária extrapola o juro cobrado ao mês pela instituição financeira para o ano. Essa taxa nem sempre é efetivada, já que os consumidores normalmente ficam “pendurados” no cartão por apenas dias ou semanas.
O BC não pretende descontinuar essa série histórica, que serve como referência para mostrar a velocidade de aumento ou redução dos juros e também é um dos componentes para se chegar à taxa cobrada pelo sistema como um todo.

Inadimplência

A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre subiu de 4,5% (dado revisado) para 4,8% na passagem de março para abril, informou o BC. A taxa para pessoas físicas passou de 5,6% para 5,9% no período. Da mesma forma, a de empresas cresceu de 2,8% em março para 3,1% em abril. Os indicadores de inadimplência estavam estabilizados no primeiro trimestre do ano.
A inadimplência do crédito direcionado, com recursos da poupança e do BNDES, passou de 1,5% em março (dado revisado) para 1,7% em abril.
Considerando o crédito total, que inclui o livre e o direcionado, a taxa passou de 3,2% em março para 3,5% em abril, após estabilidade no primeiro trimestre do ano.

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