Genial/Quaest aponta vale-gás como destaque positivo do governo Lula e INSS como negativo

Ricardo Stuckert / PR

Pesquisa aponta manutenção dos índices de aprovação do governo Lula em maio contra março - Ricardo Stuckert / PR
Pesquisa aponta manutenção dos índices de aprovação do governo Lula em maio contra março

Por Geovani Bucci, do Broadcast

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Publicado em 04/06/2025, às 11h02
São Paulo, 04/06/2025 - Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 4, mostra que os índices de aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mantiveram estáveis. A desaprovação oscilou de 56% em março para 57% em maio, e a aprovação foi de 41% para 40%. Já 3% dos entrevistados não souberam ou não responderam. A margem de erro é de dois pontos porcentuais.
Apesar de oscilarem negativamente, os índices da base de apoio tradicional mantiveram estabilidade, dentro de suas respectivas margens de erro (há variáveis maiores nos recortes de grupo). Entre as mulheres, a desaprovação oscilou de 53% para 54% (três pontos de margem de erro). Enquanto isso, o porcentual negativo entre os que estudaram até o Ensino Fundamental foi de 43% para 47% (numa margem de quatro pontos). A porcentagem de desaprovação no grupo dos que ganham até dois salários mínimos foi de 45% para 49% (margem de erro de quatro pontos).
No entanto, a desaprovação (53%) entre católicos ultrapassou pela primeira vez a aprovação (45%). Entre os beneficiários do programa Bolsa Família, a reprovação se manteve em 44% e a aprovação caiu de 54% para 51%.
Os grupos que mais rejeitam o governo Lula são os evangélicos (66%), os que vivem na região Sudeste (64%) e os que ganham acima de cinco salários mínimos (61%). Já os que mais aprovam são os que vivem na região Nordeste (54%), os que possuem 60 anos ou mais (52%) e a população preta (51%).
Para o cientista político e CEO da Quaest, Felipe Nunes, um dos motivos para essa contradição é a ampla repercussão de notícias negativas. "A forte repercussão de notícias como o escândalo do INSS diminuiu o efeito positivo da economia e do lançamento dos novos projetos e programas do governo”, disse.

Desvios no INSS

Para 31% dos brasileiros, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva é o principal responsável pelo desvio de dinheiro do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Para 14%, o maior imputado é o próprio instituto. Em seguida, aparecem as entidades que fraudaram a assinatura dos aposentados (8%), o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (8%) e os aposentados que não conferiram os descontos antes (1%); 12% apontam “outros”, e 26% não souberam ou não responderam.
O levantamento também mostra que 52% dos entrevistados acreditam que a prioridade do governo Lula deveria ser devolver o dinheiro desviado apenas com os recursos que forem bloqueados das entidades investigadas. Enquanto isso, 41% entendem que deve ser realizada a devolução do dinheiro desviado dos aposentados, mesmo que seja preciso utilizar recursos públicos.
Para 50% dos entrevistados, é importante que o Legislativo abra uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS, em contraste com 43% que dizem que a investigação da Polícia Federal (PF) é suficiente e que a oposição só quer desgastar o governo.
Entre as notícias negativas, 10% afirmam que o caso do INSS foi a mais desfavorável, seguida por casos de corrupção (9%) e aumento de preços/inflação (9%).
A pesquisa Genial/Quaest mostra que as políticas adotadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais aprovadas pelos entrevistados são o novo vale-gás (49%) - auxílio para compra de gás de cozinha -, a mudança da escala de trabalho 6 por 1 (47%) e a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil e redução para quem recebe até R$ 7 mil (45%).
Essas medidas também são as que possuem a maior taxa de conhecimento por parte da população. A mais conhecida é a alteração da escala de trabalho (64%), seguida pelo vale-gás (59%) e isenção do IR (56%).
Em contrapartida, 51% dos entrevistados pela pesquisa dizem não ter ouvido nenhuma notícia positiva sobre o governo Lula. 

Economia

A pesquisa aponta que a percepção de que a economia brasileira piorou nos últimos 12 meses recuou de 56% para 48%. Enquanto isso, 30% (anteriormente 26%) avaliam que está do mesmo jeito e 18% (ante 16%), que melhorou.
Sobre os próximos 12 meses, oscilou de 44% para 45% a quantidade de brasileiros que acreditam que a economia vai melhorar. Os que pensam que vai piorar foram de 34% para 30%, e o índice dos que acham que estará do mesmo jeito oscilou de 19% para 21%.
O levantamento também mostra que o índice de pessoas que acreditam que o preço dos alimentos nos mercados piorou no último mês caiu de 88% para 79%. Já a quantidade de brasileiros que pensa que ficou igual foi de 6% para 12% e que caiu foi de 6% para 7%, mantendo-se estável.
Em relação aos preços dos combustíveis, 54% (anteriormente 70%) avaliam que os valores subiram em contraste com os 21% (antes, 16%) que acreditam que permaneceram iguais e os 7% (ante 4%) que dizem que caíram.
Também caíram os índices dos que entendem que os valores das contas de água e luz subiram (65% para 60%) e dos que consideram que a qualidade de vida da família piorou (39% para 35%). Mantiveram-se estáveis os porcentuais dos que acreditam que o poder de compra dos brasileiros é menor (81% para 79%) e dos que pensam ser mais difícil conseguir um emprego hoje em dia do que há um ano (53% para 55%)
Ainda na esfera econômica, a pesquisa revela que 50% dos brasileiros acreditam que o governo federal errou ao manter o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para compra em dólar para pessoas físicas e remessas de dinheiro para contas no exterior. Em contrapartida, 28% pensam que foi um acerto e 22% não souberam ou não responderam.
Enquanto isso, 41% dizem que o governo Lula acertou em voltar atrás com o aumento de IOF para aplicações de investimentos em fundos. Já 36% afirmam que a gestão petista cometeu um erro e 23% não souberam ou não responderam.
Violência ainda é a maior preocupação dos brasileiros, para 30% dos entrevistados atualmente - antes, eram 29%. Em seguida, aparecem questões sociais (22%, ante 23%) e economia (19%, estável). Corrupção subiu de 10% para 13%, e saúde caiu de 12% para 10%. Já educação oscilou de 7% para 6%.

Regional

A aprovação do governo Lula apresentou uma leve melhora no Nordeste em maio, embora tenha se mantido dentro da margem de erro regional de 4 pontos porcentuais, segundo a pesquisa. Na região, a desaprovação estancou e oscilou de 46% para 44%. Já o índice positivo foi de 52% para 54%. Nesse sentido, a Região Sul também mostrou uma tímida recuperação. A desaprovação parou de subir e oscilou de 64% para 62%, enquanto a aprovação foi de 34% para 37%. A margem de erro da região é de seis pontos.
No entanto, as Regiões Sudeste e Centro-Oeste/Norte mantiveram-se em queda. No Sudeste, a desaprovação foi de 60% para 64% (margem de erro de 3 pontos) e nas demais, de 52% para 55% (margem de oito pontos).
Foram realizadas 2.004 entrevistas face a face com brasileiros de 16 anos ou mais entre os dias 29 de maio e 1º de junho. O nível de confiança é de 95%.

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