Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP
Por Geovani Bucci, da Broadcast
[email protected]São Paulo, 22/07/2025 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta terça-feira, 22, que vai adotar duas medidas para combater, no Estado, o impacto do tarifaço de 50% anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos brasileiros. Sem dar detalhes, ele disse que a primeira consiste em expandir fundo garantidor na concessão de crédito com juros subsidiados aos setores impactados e a segunda é uma "grande liberação" de créditos acumulados de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para empresas exportadoras, "uma devolução expressiva de recursos para que elas tenham fôlego financeiro".
O governador de São Paulo ressaltou que tem dialogado com contrapartes nos EUA para que também atuem internamente, no governo americano. Segundo ele, o objetivo é fazê-los compreender melhor o cenário, identificar os principais atores envolvidos e reforçar o senso de urgência em torno do tarifaço. Para isso, segundo o governo estadual, têm sido realizadas conversas de Tarcísio tanto com governos estaduais norte-americanos quanto com empresas.
Segundo levantamento da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), São Paulo é a unidade federativa mais afetada do País pelas tarifas de Trump. Dos cerca de US$ 40,3 bilhões que o Brasil vendeu para os EUA, o Estado respondeu por um terço do total. "Só no primeiro semestre deste ano, tivemos cerca de R$ 300 milhões em exportações - sendo quase R$ 85 milhões só para os Estados Unidos. Ou seja, essa situação já impacta negativamente as empresas", disse Tarcísio.
Ao ser questionado se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria pedido sua ajuda nas negociações, o republicano disse que "não precisa". "Não, não pediu. Não precisa, eles sabem que eles têm a responsabilidade. Eles são os donos da política externa, o Itamaraty tem experiência nisso", afirmou Tarcísio em Rio Claro, no interior paulista, nesta terça-feira, 22. "Cabe ao governo federal avançar na questão diplomática, discutir possíveis alívios tarifários e trabalhar pela remoção de barreiras comerciais. O que nós estamos fazendo é um esforço complementar, atuando em paralelo."
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