Washington, 19/07/2025 - O governo dos Estados Unidos iniciou uma corrida para ampliar rapidamente a capacidade de detenção de imigrantes com a instalação de estruturas temporárias em bases militares e centros já existentes, após receber uma injeção orçamentária de US$ 45 bilhões até o fim do mandato de Donald Trump. O objetivo é atingir 100 mil vagas ainda neste ano, mais que o dobro do volume disponível quando o republicano voltou à Casa Branca.
Segundo documentos obtidos pelo Wall Street Journal, o plano da agência de imigração ICE prioriza tendas, chamadas de “instalações flexíveis reforçadas”, que podem ser montadas em larga escala e em tempo reduzido. A abordagem, no entanto, tem gerado críticas internas e externas, com alertas sobre riscos estruturais e falta de supervisão, especialmente em áreas sujeitas a enchentes ou furacões.
A expansão foi viabilizada pelo pacote fiscal aprovado pelo Congresso em julho, que elevou o orçamento anual do ICE de US$ 8,7 bilhões para US$ 74 bilhões até 2029. A agência se tornou a mais financiada entre os órgãos de segurança federais.
Entre os principais projetos estão um centro de 5 mil vagas em Fort Bliss, no Texas, e ampliações em instalações no Colorado, Indiana e Nova Jersey. A administração Trump também busca apoio de governos estaduais republicanos para erguer centros próprios. A Flórida foi a primeira a montar um acampamento em pista aérea desativada nos Everglades, apelidado informalmente de "Alcatraz dos Jacarés".
Segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS), os estados podem usar até US$ 600 milhões em recursos da agência federal de emergências (FEMA) originalmente destinados a abrigos, agora redirecionados para centros de detenção. A secretária do DHS, Kristi Noem, e o conselheiro Corey Lewandowski defendem que as unidades sejam administradas por estados, não por empresas privadas.
A decisão de priorizar tendas, porém, foi alvo de críticas de ex-autoridades e entidades civis. A advogada Eunice Cho, da ACLU, afirma que “o governo parece mais interessado no espetáculo do que em alternativas existentes” e questiona a ausência de mecanismos de responsabilização.
Governadores republicanos consultados pelo WSJ divergem sobre a adesão ao plano. A maioria se mostrou aberta, mas sem projetos concretos. O Texas ofereceu dois presídios com 4 mil vagas, mas a administração ainda não respondeu formalmente. A Flórida optou pelas tendas mesmo após relatório estadual recomendar o uso de prédios fixos como opção mais segura e barata. Fonte: Dow Jones Newswires.
*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.