Brasília, 04/09/2025 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os próximos meses serão decisivos para definir como o Brasil irá enfrentar o que chamou de intervenção na política interna realizada pelos Estados Unidos, via tarifaço.
“Depende muito do que nós vamos fazer com o nosso destino. Não depende só deles. Depende de como o Brasil vai se colocar, como vai encarar essa intervenção que está acontecendo na política interna por meio de mecanismos inaceitáveis de um país para o outro”, disse Haddad em entrevista ao apresentador Datena na
Rede TV!, em trecho transmitido pela emissora há pouco.
Haddad relacionou o movimento do governo norte-americano ao objetivo de explorar riquezas do território brasileiro, e disse não ser razoável “forçar o resultado da eleição de 2026” com a interpretação de que um governo de extrema-direita facilitaria essa exploração com pagamento simbólico.
Na sua visão, o que está em jogo com o tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil, ao fim e ao cabo, é o projeto hegemônico norte-americano, contrário ao multilateralismo.
“Um projeto hegemônico de impedir que o Brasil tenha parcerias com o mundo, tenha transferência de tecnologia, tenha lugar ao sol”, disse Haddad em entrevista ao apresentador Datena na Rede TV!, em trecho transmitido pela emissora há pouco.
O ministro elogiou a posição internacional adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que Lula visa, com sabedoria, impedir que a polarização aconteça, “no sentido de resgatar um projeto multilateral em que houvesse espaço para os países se desenvolverem”.
Como exemplo, citou o esforço empenhado pelo presidente para viabilizar o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, e pontuou que o governante manteve uma relação próxima com o ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.