Brasília, 10/06/2025 - O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, repetiu nesta terça-feira, 10, diante de deputados, as orientações que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe passou quando assumiu a cadeira até então ocupada pelo correligionário Carlos Lupi, em meio ao escândalo das fraudes ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
"Olhando nos meus olhos, com as mãos nos meus ombros, ele (Lula) me disse: vá às últimas consequências para descobrir quem foram os responsáveis e punir quem fez isso com os aposentados e pensionistas. cuide dos nossos aposentados e garanta que nenhum aposentado pensionista que foi roubado fique no prejuízo. Vamos ter que pagar todo mundo que foi lesado", indicou sobre o que ouviu do chefe do Executivo.
O ministro participa nesta tarde de uma audiência pública das comissões de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara. Ele já havia citado as orientações que lhe foram passadas por Lula quando participou de audiência no Senado, no mês passado.
Consultas presenciais nos Correios chegam a 685 mil
Wolney ainda destacou a parceria com os
Correios para o atendimento presencial de aposentados lesados, fora a possibilidade de questionamento de descontos via aplicativo. Segundo o ministro, mais de 685 mil pessoas foram atendidas via Correios desde 30 de maio.
Os ressarcimentos a aposentados e pensionistas lesados pelas fraudes do INSS já começaram, de acordo com o ministro. A deputados, Wolney citou valores que foram descontados indevidamente de aposentados, em razão das fraudes, em abril, mas acabaram bloqueados pelo INSS e foram devolvidos no mês seguinte.
"Em um primeiro mês, o dinheiro que estava saindo já começou a voltar para o bolso dos aposentados no mesmo valor no mês seguinte. As pessoas que foram descontadas em abril já receberam de volta esses descontos. E, a partir de maio, os descontos cessaram", frisou.
Rigidez para o consignado
Queiroz disse ter pedido rigor a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) para liberação de crédito consignado para beneficiários do INSS.
"Esse vai ser um ponto central nesse novo momento, os bancos já estão sendo cobrados por nós", disse o ministro. "Cada passo que se dá na garantia de que nenhum desconto seja feito sem autorização dos descontados é importante."
Em sua exposição inicial, o ministro da Previdência ainda indicou que a Pasta recebeu reclamações nas redes sociais, na ouvidoria do INSS, na ouvidoria do Ministério da Previdência em razão de uma dificuldade de acessar o crédito consignado através da biometria. "Lamentamos que esse acesso tenha sido dificultado, mas vamos primar primeiro por evitar fraudes, primar pela segurança, para depois conseguirmos então superar essa fase concedendo crédito a quem deseja obter", disse.