Ricardo Stuckert / PR
Por Geovani Bucci e Gabriel de Sousa, da Broadcast
redacao@viva.com.brO presidente ressaltou que não há nada anormal na relação comercial entre os dois países e lembrou que, nos últimos 15 anos, os EUA acumularam superávit de mais de US$ 400 bilhões com o Brasil. Ainda segundo ele, dos 74 principais produtos americanos importados, grande parte entra no País com tarifa zero, e a média de imposto é de apenas 2,7%.
Lula voltou a defender o direito de o Brasil de regular empresas de tecnologia - as big techs - conforme suas próprias leis e soberania nacional. “É da nossa obrigação regular o que a gente quiser regular. Se não quiserem regulação, que saiam do Brasil. Não existe outro mecanismo”, declarou. Ele também reiterou que o Brasil não tem parceiro privilegiado e que seu compromisso é com quem quiser comprar e vender. "Se os EUA quiserem taxar o México, nós vamos oferecer oportunidades de venda e compra", afirmou.
O presidente informou que está em diálogo constante com sua equipe de ministros e com empresários, promovendo reuniões diárias para definir as próximas medidas. O petista ressaltou que as negociações estão sendo lideradas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que "não tem nada de esquerda".
Segundo ele, se não houver abertura para uma solução negociada, tomará decisões “que não tenham mais volta”. Ainda assim, garantiu que o País vai esgotar todas as possibilidades de diálogo, inclusive utilizando os canais da Organização Mundial do Comércio (OMC), mesmo reconhecendo que são processos demorados. “Já ganhamos dos Estados Unidos na OMC. É um instrumento que precisamos valorizar”, disse.
Lula reforçou que não pretende se rebaixar diante da postura americana. Afirmou que, no dia em que sentir que há disposição real para uma conversa, não terá dúvidas em telefonar para Trump. “Mas eu não vou me humilhar”, frisou.
O petista aproveitou para criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), que atuaram nos bastidores para “insuflar os Estados Unidos contra o Brasil”. Lula chegou a dizer que ambos deveriam ser processados e condenados como “traidores da pátria”, e revelou que o ex-presidente teria arquitetado, em caso de derrota eleitoral, o assassinato dele próprio, do vice-presidente Alckmin e do juiz responsável por julgá-lo, Alexandre de Moraes. “Se tivesse um mínimo de civilidade, ele teria feito como eu fiz: perdi eleições e fui para casa me preparar para a próxima”, afirmou.
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