Entretanto, com essa queda mensal, o setor industrial brasileiro completa uma sequência de quatro meses consecutivos sem crescimento. A indústria acumulou uma perda de 1,5% entre abril e julho.
A última vez que a produção industrial tinha ficado quatro meses sem resultados positivos foi de novembro de 2022 a fevereiro de 2023, lembrou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE. Segundo o pesquisador, a indústria mostra comportamento predominantemente negativo desde abril.
"O resultado negativo reforça o comportamento de menor intensidade que marca a produção industrial desde abril deste ano. Nesse período, há perda acumulada de 1,5%", lembrou Macedo. "Para além disso, também observa-se predomínio de taxas em queda (13 das 25 atividades pesquisadas recuaram)."
Em julho, a produção do parque fabril operava apenas 0,3% acima do patamar que encerrou o ano passado, o de dezembro de 2024.
Nível pré-pandemia
A indústria brasileira chegou a julho operando 1,7% acima do patamar de fevereiro de 2020: 11 das 25 atividades investigadas estão operando em nível superior ao pré-crise sanitária.
Em julho, os níveis mais elevados em relação ao patamar de fevereiro de 2020 foram os registrados pelas atividades de produtos do fumo (27,7%), outros equipamentos de transporte (22,9%), máquinas e equipamentos (17,2%) e extrativas (12,5%).
No extremo oposto, os segmentos mais distantes do patamar pré-pandemia são vestuário e acessórios (-21,8%), produtos diversos (-20,9%), móveis (-19,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,6%) e couro e calçados (-9,2%).
Entre as categorias de uso, a produção de bens de capital está 12,9% acima do nível de fevereiro de 2020. A fabricação de bens intermediários está 5,9% acima do pré-covid. Os bens duráveis estão 11,3% abaixo do pré-pandemia, e os bens semiduráveis e não duráveis estão 7,0% aquém do patamar de fevereiro de 2020.