RS inicia estado de emergência pelo aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave

São Paulo, 20/05/2025 - Começa a valer hoje o decreto do governo do Estado do Rio Grande do Sul (RS), publicado na segunda-feira, que estabelece situação de emergência na rede de saúde diante do aumento de internações por problemas respiratórios. O principal motivador da decisão é o aumento de internações por casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). 

De acordo com o painel de hospitalizações da secretaria de saúde do RS, a rede hospitalar já registra mais de 4.170 internações, das quais 28% são em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), além de 313 óbitos relacionados à doença.

O decreto vale por 120 dias a partir da data de publicação, período no qual poderá ser solicitado financiamento federal para novos leitos com suporte ventilatório, dentre outros recursos. A regra também permite que os municípios busquem auxílio emergencial diante da lotação das unidades de saúde e hospitais.

Em nota, a Secretaria de Saúde do RS disse que a medida leva em consideração o risco de esgotamento da capacidade de resposta do sistema de saúde, especialmente na infraestrutura voltada ao atendimento pediátrico, o que pode levar à saturação do SUS. O cenário é agravado pela epidemia de dengue e outras crises virais que também atingem o Estado.

No início deste mês, o Estado de Minas Gerais e a cidade de Florianópolis (SC) também decretaram emergência pela mesma situação. Ao final de abril, outros Estados também apresentaram alerta nesse sentido, como Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Sergipe e São Paulo, ainda que nem todos tenham decretado situaçao emergencial.

Entenda o que é a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)

Também conhecida como Sars, na sigla em inglês para Severe Acute Respiratory Syndrome, a Síndrome Respiratória Aguda Grave é causada pela família viral coronavírus, mais especificamente pela variante Sars-CoV (ou Sars-CoV-1). Ele afeta, sobretudo, os sistemas respiratório e pulmonar.

A doença é altamente contagiosa e se manifesta inicialmente por sintomas semelhantes à gripes e resfriados comuns, como febre alta e repentina, tosse seca, falta de ar e diarreia. Contudo, o quadro evolui para dores musculares, de cabeça e garganta, calafrios, suores e até manchas pelo corpo, podendo ser confundida com casos de dengue. 

O diagnóstico é confirmado por meio de exames clínicos e o tratamento varia de acordo com a evolução do caso. A piora acontece com complicações renais e hepáticas, bem como pneumonia causada por micro-organismos que afetam um ou os dois pulmões e respondem mal ao uso dos medicamentos, o que aumenta a urgência para uma internação.