Acidente com cantor da Jovem Guarda alerta para riscos de fraturas entre idosos

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Cantor Wanderley Cardoso, 80 anos, considerado um dos destaques da Jovem Guarda, caiu em casa e sofreu fratura no fêmur - Reprodução/Instagram/@oficialwanderleycardoso
Cantor Wanderley Cardoso, 80 anos, considerado um dos destaques da Jovem Guarda, caiu em casa e sofreu fratura no fêmur
Por Bianca Bibiano [email protected]

Publicado em 17/06/2025, às 16h13

São Paulo, 17/06/2025 - Nesta terça-feira, o cantor Wanderley Cardoso, 80 anos, considerado um dos destaques da Jovem Guarda, publicou uma nota de esclarecimento em seu canal na rede social Instagram informando que, no último dia 13, sofreu um acidente doméstico e precisou ser internado. "Caí e quebrei o fêmur. Fiz a cirurgia e foi um sucesso, graças a Deus. Logo estarei de volta aos palcos", disse na postagem. Ao Viva, Cintia Cardoso, filha do artista, disse que ele se recupera bem e já iniciou o tratamento com fisioterapia. A expectativa é que a agenda de shows seja retomada em outubro.

A queda que causou a interrupção temporária da agenda do cantor é exemplo de uma das causas mais comuns de acidentes domésticos entre idosos no Brasil. Segundo o Atlas da Violência 2025, entre 2013 e 2023 a taxa de mortalidade por quedas aumentou 44,4% para os homens e 47,5% para as mulheres, sendo essa a principal causa de morte entre pessoas acima de 60 anos de idade.

Gustavo Tadeu Sanchez, diretor da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico, explica que a fratura no fêmur, principal osso do corpo humano, é considerada um tipo de pandemia mundial, dado o aumento nos casos e o alto risco de mortalidade. "Esse é um problema que gera impacto social, econômico e de saúde para o paciente. Cerca de 80% dos que sofrem essa fratura perdem a capacidade de realizar ao menos uma atividade que antes fazia de forma independente. Considerando o envelhecimento da população, os casos têm crescido ainda mais, com risco de queda aumentado para a população idosa", destaca.

Fratura no fêmur: entenda os riscos

Segundo o médico, o risco aumentado na população idosa mundial gera preocupação porque os ossos passam a ter uma densidade mais frágil com o passar dos anos, aumentando a chande de fratura em uma evental queda. "Essas fraturas podem ser em qualquer região do corpo e do fêmur, mas a região próxima ao quadril é uma das mais comuns".

Ele explica que parte dos pacientes perde suas funções de independência no dia a dia e isso traz um risco maior de mortalidade, evelando a preocupação com a saúde geral. "O tempo de recuperação é muito individual, dependendo da idade e capacidade de locomoção do paciente. Paciente mais jovens, com mais independência e parte osteomuscular mais forte, se recuperam mais rápido".

Após diagnosticado, o tratamento da fratura no fêmur é sempre por via cirúrgica. "A gente só não opera quando há risco de morte muito alto. Além disso, quanto mais saudável e ativo for o paciente, mais rápida será a recuperação. Já para aqueles que apresentavam um quadro mais frágil antes da queda, ficando mais tempo imóveis, a recuperação é mais difícil."

A prevenção, explica Sanchez, está no tratamento da osteoporose e da osteopenia (diminuição da massa óssea). "É importante identificar e tratar essas doenças com medidas medicamentosas e não medicamentosas, como fortalecimento muscular, atividade física e boa alimentação, além de fazer a montagem de um ambiente seguro, especialmente em casa, onde acontece o maior risco de quedas", completa.

Saiba mais sobre o cantor Wanderley Cardoso

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São Paulo, 1967. Retrato do cantor Wanderley Cardoso em seu apartamento em São Paulo. (Crédito: Estadão Conteúdo)

Wanderley Cardoso é paulista e gravou seu primeiro sucesso em 1965. Fez músicas como "Preste Atenção", “Baby Eu Te Amo” e "O Bom Rapaz", título de seu grande sucesso gravado em 1967, que vendeu mais de cinco milhões de cópias. 

De acordo com a página do cantor, ele também foi apresentador de rádio e televisão e participou como um dos Trapalhões no programa "Os Adoráveis Trapalhões" na extinta TV Excelsior, ao lado de Renato Aragão, Ted Boy Marino e Ivon Curi. O cantor aparece em um número musical no filme de 1966 de Renato Aragão, Na Onda do Iê-iê-iê.

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