Alfabetização em saúde pode reduzir custos na rede pública, diz pesquisa

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Alfabetização em saúde pode representar uma economia anual de US$ 10 bilhões no Brasil - Envato
Alfabetização em saúde pode representar uma economia anual de US$ 10 bilhões no Brasil

São Paulo, 28/07/2025 - Estudo mostra que compreender as informações sobre saúde é fundamental para aumentar em cerca de 25% os níveis de alfabetização em saúde — a capacidade das pessoas de entender e utilizar informações essenciais para tomar decisões sobre seu bem-estar — poderia representar uma economia anual de US$ 303 bilhões em 40 países, sendo US$ 10 bilhões no Brasil.

O novo Índice de Inclusão em Saúde, desenvolvido pela Economist Impact com o apoio da Haleon, empresa com foco em saúde do consumidor e autocuidado, analisou os benefícios econômicos e de saúde para avançar rumo a sistemas mais inclusivos, demonstrando que esses avanços não apenas podem prevenir milhões de mortes, como também gerar importantes economias e impulsionar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

O índice se concentrou em 40 países e no impacto de fechar as lacunas que afetam quatro grupos historicamente subatendidos: pessoas com baixa alfabetização em saúde, baixa renda, mulheres e idosos.

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De acordo com o levantamento, pessoas com baixa alfabetização em saúde geralmente enfrentam dificuldades para compreender informações médicas, navegar pelos sistemas de saúde e tomar decisões informadas sobre seu cuidado. Isso leva a custos médicos mais altos, devido a tratamentos iniciados tardiamente, maior uso de serviços de emergência e aumento nas internações.

No Brasil, essa realidade se mostra com uma diferença significante, uma vez que o custo de tratamento de uma pessoa com baixa alfabetização em saúde é três vezes maior do que os com alta alfabetização.

Além disso, os custos de saúde por pessoa são quase três vezes maiores para indivíduos com baixa alfabetização em saúde em comparação com aqueles com alta alfabetização em saúde, podendo somatizar custos anuais de em R$1.444,00 por pessoa.

Essa mesma tendência é observada em nível global: o estudo aponta que uma pessoa com baixo nível de alfabetização em saúde gera, em média, custos de US$ 2.408,00 por ano, enquanto quem tem maior compreensão gasta apenas US$ 868,00 anuais.

“O índice mostra que a saúde inclusiva é um catalisador do progresso econômico. Os efeitos em cadeia de sistemas de saúde mais inclusivos ajudam a reduzir desigualdades, fortalecem economias e tornam as sociedades mais resilientes a choques econômicos”, afirma Jonathan Birdwell, diretor global de Políticas e Insights da Economist Impact.

Ele acrescenta que, em um contexto global marcado pelo aumento das desigualdades em saúde, pelo envelhecimento populacional e pela incerteza econômica, o chamado para priorizar a saúde inclusiva nunca foi tão urgente.

Os resultados destacam que pessoas que compreendem melhor informações médicas estão mais preparadas para adotar hábitos de autocuidado em temas como saúde bucal, prevenção de doenças crônicas como o diabetes tipo 2, nutrição adequada e cuidados com ossos e músculos.

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“Em países como Brasil, onde ainda enfrentamos grandes desafios no acesso à informação e na prevenção, avançar para uma saúde mais inclusiva é fundamental para melhorar a qualidade de vida e reduzir desigualdades. Este estudo nos oferece ferramentas concretas para mostrar que investir em alfabetização em saúde e autocuidado tem impacto real, não apenas para os indivíduos, mas também para o desenvolvimento social e econômico dos nossos países”, afirma Yanir Karp, presidente da Haleon Brasil.

Ainda de acordo com o executivo, empoderar as pessoas para cuidarem da própria saúde é uma forma  de transformar a qualidade de vida das comunidades.

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