Crédito consignado: entenda como fazer o desbloqueio da biometria
Marcello Casal jr/Agência Brasil
19/12/2025 | 16h17
São Paulo, 19/12/2025 – Desde maio deste ano, a biometria é obrigatória para desbloquear operações de crédito consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Aposentados e pensionistas, porém, relatam dificuldade para concluir o procedimento.
Segundo o Banco Central (BC), em outubro a concessão de consignado pessoal voltou a crescer ante setembro, mas ainda não alcançou o nível anterior à ferramenta: está R$ 5,8 bilhões abaixo do volume de maio.
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A biometria foi incorporada ao aplicativo “Meu INSS” como camada extra de segurança, no momento em que o instituto busca conter as fraudes dos descontos associativos, estimadas em R$ 6,3 bilhões, segundo Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU).
Até agora, 14 instituições financeiras tiveram suspensas as novas concessões de consignado pelo INSS. Algumas, como o Banco Inter, já fecharam acordo para retomar o produto.
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Por que os beneficiários têm dificuldade de fazer o desbloqueio?
Para o professor de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV) e especialista em cibersegurança Rafael Coimbra, o entrave ocorre na etapa de cruzamento da biometria com bancos de dados públicos. O governo utiliza três bases:
- Tribunal Superior Eleitoral (TSE);
- Carteira de Identidade Nacional (CIN);
- Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
"Se o aposentado não mantém essas informações atualizadas, é como se ele não existisse, um cidadão analógico em um mundo digital", explica o pesquisador.
A mesma exigência de biometria atualizada vale para novos pedidos de aposentadoria e Benefício de Prestação Continuada (BPC).
A primeira etapa do reconhecimento facial ocorre no próprio aplicativo do INSS. A ferramenta funciona tanto pela câmera frontal como pela traseira, permitindo que a pessoa idosa receba ajuda durante o processo.
Na sequência, o sistema cruza os dados para confirmar a identidade do segurado — fase em que a maioria encontra mais obstáculos.
O professor reforça que o método é essencial para proteger operações de crédito e benefícios do INSS. "São duas camadas de segurança. É muito mais difícil você fraudar com o rosto do que somente com uma senha. Os golpistas hoje telefonam para as pessoas e as convencem a fornecer informações sensíveis, mas complica com o rosto, ainda mais com o cruzamento de dados”, diz.
Como desbloquear o consignado?
Confira o passo a passo para desbloquear o benefício, segundo o Banco Mercantil:
- Acesse o site ou aplicativo “Meu INSS”;
- Informe o CPF e a senha cadastrados no Gov.br;
- Vá a “Do que você precisa?”;
- Digite “bloquear”;
- Escolha o serviço Bloquear/Desbloquear Benefício para Empréstimo Consignado;
- Serão exibidos os benefícios ativos do usuário;
- Selecione o benefício e avance para o reconhecimento facial;
- Siga as orientações que aparecerem na tela;
- Enquadre o rosto na moldura e, em seguida, aproxime-o da câmera;
- O sistema consultará a base federal para validar a biometria já registrada;
- Após o reconhecimento, informe os dados solicitados e anexe documento oficial com foto.
O benefício permanecerá bloqueado nos seguintes casos:
- Se a biometria não comprovar a vivacidade do usuário;
- Se o segurado não constar na base de dados;
- Se houver divergência ou erro no reconhecimento facial.
Como acompanhar a solicitação?
- Acesse o “Meu INSS”;
- Informe CPF e senha;
- Selecione “Consultar Pedidos”;
- Escolha o pedido desejado para mais detalhes.
Existe alguma outra alternativa?
Diante das dificuldades, o INSS liberou em setembro outra opção: além da biometria facial, o desbloqueio pode ser feito pelo login da conta bancária vinculada. Basta selecionar “login com banco” no aplicativo “Meu INSS”.
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