Foto: Envato Elements
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 25/08/2025 - Há anos, cientistas buscam entender por que o exercício físico contribui para aliviar os tremores e outros sintomas motores da Doença de Parkinson.
Segundo o ScienceDirect, uma pesquisa de 2025 reforça que andar de bicicleta pode ir além do fortalecimento físico, abrindo caminho para a restauração de conexões neurais prejudicadas pela condição.
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O estudo foi conduzido em hospitais universitários e no VA Northeast Ohio Healthcare System, nos Estados Unidos, e analisou os efeitos de um programa de ciclismo adaptativo em pessoas com Parkinson.
Essas pessoas já utilizavam dispositivos de estimulação cerebral profunda, técnica aplicada para reduzir sintomas motores.
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Ao longo de quatro semanas, os participantes realizaram 12 sessões de pedaladas controladas por um sistema interativo que ajustava resistência e velocidade de acordo com o desempenho de cada paciente.
O recurso tecnológico utilizado não apenas auxiliava no alcance da meta de 80 rotações por minuto, como também introduzia variações de esforço, exigindo que os ciclistas se mantivessem atentos ao equilíbrio entre força e ritmo.
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Essa dinâmica, segundo os pesquisadores, é fundamental para estimular diferentes padrões de atividade cerebral.
Antes e depois de cada sessão, os sinais cerebrais foram monitorados por meio dos eletrodos já implantados nos pacientes.
Embora não tenham sido encontradas alterações imediatas, ao final do programa de quatro semanas os registros mostraram mudanças consistentes nos sinais ligados ao controle motor, sugerindo que a prática regular pode modificar circuitos cerebrais afetados pela doença.
Os cientistas destacam que os resultados ainda não revelam todo o alcance dessas transformações, já que os dispositivos permitem captar apenas informações de regiões específicas do cérebro.
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Mesmo assim, a hipótese levantada é de que o ciclismo adaptativo pode estar influenciando redes neurais mais amplas, o que explicaria a melhora observada nos sintomas motores.
Segundo os autores, os próximos estudos devem aprofundar a investigação sobre como o exercício atua nos circuitos cerebrais e de que forma isso pode ser aproveitado em novas abordagens terapêuticas.
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A expectativa é que, no futuro, o movimento de pedalar possa se transformar em parte de um tratamento personalizado e mais eficaz para pessoas que convivem com o Parkinson.
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