Picada de escorpião: óbitos de pessoas 50+ cresceram em 2025

São Paulo, 18/12/2025 - O verão é conhecido como a época do ano em que os acidentes com escorpiões atingem a população com maior frequência. Em 2025, o cenário é ainda mais preocupante: o número de óbitos entre pessoas de 40 a 59 anos foi o que registrou o maior crescimento, saltando de 42 para 60 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde via Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Os dados mostram que o aumento da mortalidade não foi uniforme, atingindo grupos específicos de forma alarmante. Os adultos na faixa de 40 a 59 anos continuam sendo o grupo com o maior número absoluto de mortes, registrando um crescimento de 51%. Já entre os adultos jovens, de 20 a 39 anos, houve um salto significativo de 82%, com o número de fatalidades subindo de 28 para 51.

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O cenário também é crítico entre crianças e adolescentes, que apresentaram também um grande crescimento: na faixa de 5 a 9 anos, as mortes subiram 116%, passando de 12 para 26; entre os 10 e 14 anos, o aumento saltou de 3 para 17 casos; e, entre os menores de 1 ano, o número de óbitos triplicou, elevando-se de 3 para 9 registros.

No geral, a taxa de letalidade superou os números do ano anterior. Foram registrados 230 óbitos em um universo de 203 mil acidentes notificados, frente às 127 mortes ocorridas em 2024, do total de 203 mil ocorrências. 

Quais são os principais tipo de escorpião?

Segundo o Ministério da Saúde, as espécies de maior relevância para a saúde pública no Brasil são:

• Escorpião-amarelo: Possui ampla distribuição em todas as macrorregiões e é a espécie de maior preocupação devido ao alto potencial de gravidade do envenenamento;
• Escorpião-marrom: Encontrado predominantemente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul;
• Escorpião-amarelo-do-nordeste: Espécie mais comum da região Nordeste, com registros também em Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina;
• Escorpião-preto-da-amazônia: Principal causador de acidentes e óbitos na região Norte e no estado de Mato Grosso.

Os escorpiões surgem com mais frequência no verão porque o calor e a umidade aceleram seu metabolismo e período reprodutivo. Além disso, as chuvas os forçam a buscar ambientes secos e frescos, como o interior de residências, entulhos e sistemas de esgoto. Outro fator crítico é a oferta de alimento nas cidades: as baratas, presas favoritas desses aracnídeos, proliferam-se em áreas urbanas.

Quais são os sintomas da picada?

Após o contato, a pessoa pode apresentar:

• Dor intensa e imediata (que pode se irradiar pelo membro);
• Formigamento, dormência e vermelhidão no local;
• Sudorese intensa no local ou por todo o corpo, sendo esta última mais comum em crianças;
• Agitação, tremores e salivação excessiva;
• Náuseas, vômitos e alterações na pressão arterial (hipertensão ou hipotensão);
• Em casos graves: arritmia, choque, insuficiência cardíaca e edema pulmonar.

O Ministério da Saúde alerta que a presença desses sintomas em crianças deve ser tratada como emergência médica imediata, mesmo que a picada não tenha sido visualizada.

O que fazer em caso de acidente?

A prioridade absoluta é buscar atendimento médico imediato. Como medida auxiliar, pode-se lavar a área suavemente com água e sabão neutro e aplicar compressas mornas para aliviar a dor até a chegada ao hospital. Nunca aplicar compressas geladas. O médico avaliará se o caso é leve, moderado ou grave para aplicar o soro antiescorpiônico ou antiaracnídeo adequado.

Como prevenir a presença de escorpiões?

Para manter o ambiente seguro, o Ministério da Saúde recomenda:

• Manter o lixo em recipientes fechados para evitar baratas (alimento dos escorpiões).
• Limpar jardins e quintais, evitando o acúmulo de entulhos, madeiras, folhas secas e materiais de construção.
• Utilizar luvas de couro e calçados fechados ao realizar limpezas externas.
• Instalar soleiras nas portas, telas em ralos, pias e tanques, além de vedar frestas em paredes.
• Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los e afastar camas e berços das paredes.