Risco climático: 1 em 12 hospitais pode sofrer paralisação total, diz relatório

São Paulo, 17/11/2025 - Um relatório elaborado pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que um a cada 12 hospitais no mundo corre o risco de paralisar suas atividades por causas relacionadas ao clima.

O relatório especial da COP30, chamado "Saúde e Mudanças Climáticas: Implementando o Plano de Ação em Saúde de Belém" foi apresentado na última sexta-feira, e atesta que o risco de danos nas infraestruturas de saúde é crescente. Em comparação com 1990, os hospitais e as instalações de saúde já experimentam um aumento de 41% no risco de danos causados por eventos climáticos extremos.

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A pesquisa ainda aponta que os sistemas de saúde que servem aos pacientes são igualmente vulneráveis, com uma avaliação global de que um em cada 12 dos 200 mil hospitais do mundo estará em risco elevado ou parcial de paralisação total devido a eventos extremos, em um cenário de altas emissões.

Um ponto sensível para tais instalações é que mais de 70% desses hospitais encontram-se em países de baixo e médio rendimento, fator que impacta diretamente na adaptação da infraestrutura para as mudanças climáticas.

Adaptação

As mudanças climáticas impactam diretamente a adaptação das instalações hospitalares. O investimento e a capacidade exigida para a adaptação em um contexto de aquecimento de 1,55 ºC  é fundamentalmente diferente da necessária no contexto atual de aquecimento de 2,7 ºC, ou mesmo em um mundo com 4,4 ºC, caso haja um retrocesso nas políticas ambientais.

O relatório elenca algumas das ações feitas para tentar mitigar os impactos das mudanças climáticas para os hospitais: em 2021, a OMS lançou a Aliança para Ação Transformativa em Clima e Saúde (ATACH), com mais de 100 ministérios da saúde comprometendo-se com a descarbonização nacional, com esforços de resiliência, ou ambos.

Em 2023, esse compromisso político e científico teve um reforço financeiro, com mais de US$ 1 bilhão em financiamento do Fundo Climático Verde (GCF), do Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB), da Fundação Rockefeller e da Wellcome.