São Paulo, 18/09/2025 - O debate sobre a inclusão de vacina recombinante adjuvada - medicamento formulado com uma substância que ajuda a aumentar a eficiência e a estimular uma resposta imune mais forte no organismo - contra herpes-zóster no Sistema Único de Saúde (SUS) avançou mais um passo. Ontem, o Ministério da Saúde abriu uma consulta pública sobre a possibilidade de oferecer a proteção gratuitamente a pessoas de 80 anos ou mais de idade e também pessoas imunossuprimidos a partir de 18 anos. Atualmente, a vacina é aplicada em duas doses apenas na rede privada.
O tema já vem sendo discutido desde o semestre passado, quando o Ministério encaminhou à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) uma solicitação para avaliar a inclusão da vacina na rede pública. O processo envolve etapas como identificação da demanda, análise técnico-científica, viabilidade de implementação e pactuação entre União, estados e municípios.
Em d
ados enviados este ano ao Viva, a pasta informou que entre 2020 e fevereiro de 2025 foram registrados 2.795 atendimentos relacionados à herpes-zóster no Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS. O número se refere a atendimentos, não a pacientes únicos, ou seja, uma mesma pessoa pode ter sido atendida mais de uma vez.
A consulta pública tem como foco
coletar a percepção e a experiência com a doença a partir de relatos de pacientes, cuidadores, empresas, organizações da sociedade civil e outros interessados. A participação deve ser enviada até o dia 6 de outubro de forma online,
no site Participa + Brasil.
O que é Herpes-Zóster?
De acordo com uma
publicação do Conitec que acompanha a consulta pública, o herpes-zóster, também chamado de cobreiro, é uma
condição de saúde causada pelo vírus varicela-zóster, o mesmo que causa a catapora. Quando a pessoa tem catapora, geralmente na infância, o vírus permanece “adormecido” no organismo e pode ser reativado ao longo da vida, ocasionando o herpes-zóster.
Essa reativação é mais comum em pessoas idosas ou com a imunidade baixa (imunocomprometidos), o que pode ocorrer devido a doenças, como câncer e infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), ao uso de medicamentos que enfraquecem o sistema imunológico ou à realização de tratamentos médicos como quimioterapia e transplante
No entanto, o herpes-zoster também pode ocorrer em pessoas saudáveis, principalmente naquelas com mais de 55 anos e em jovens que enfrentam muito estresse ou outras situações que diminuem a imunidade. No SUS, o tratamento inclui remédios para aliviar a dor, febre e coceira, além de antiviral e orientações de higiene e cuidados com a pele.
Ainda segundo o Conitec, as evidências mostraram que a vacina possui eficácia de 89,7% para prevenção da herpes-zóster em idosos acima de 80 anos e em 78,9% para prevenção em pessoas com 70 anos ou mais.