Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brSão Paulo, 07/11/2025 - A vacina Qdenga, utilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2024, segue demonstrando resultados expressivos na prevenção da dengue.
Segundo novos dados divulgados pela farmacêutica japonesa Takeda, o imunizante manteve proteção duradoura por até sete anos contra hospitalizações e casos sintomáticos da doença.
Os resultados fazem parte do estudo TIDES (Takeda Dengue Efficacy Study), que acompanhou cerca de 20 mil voluntários em oito países, incluindo o Brasil.
A pesquisa mostrou que a Qdenga reduziu em 84% o risco de hospitalização e em 61% os casos de dengue sintomática durante o período de acompanhamento.
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Os dados apontam que a eficácia da Qdenga se manteve tanto em pessoas que já tiveram dengue quanto em quem nunca foi infectado pelo vírus, reforçando sua segurança e alcance mais amplo.
Essa é uma diferença importante em relação à vacina anterior, produzida pela Sanofi, que foi retirada do mercado por apresentar limitações de uso em quem não havia contraído a doença.
Além disso, a proteção se mostrou eficaz contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), um avanço relevante diante da alta circulação do mosquito Aedes aegypti em países tropicais.
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No Brasil, o Ministério da Saúde prevê a aplicação de 9,5 milhões de doses da Qdenga em 2025. O esquema vacinal é composto por duas doses, aplicadas com intervalo de três meses, e está disponível gratuitamente pelo SUS para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, grupo com uma das maiores taxas de hospitalização pela doença, depois dos idosos.
A Anvisa autoriza o uso da vacina para pessoas entre 4 e 59 anos, embora o SUS ainda concentre a aplicação na faixa etária prioritária.
Já na rede privada, a Qdenga pode ser adquirida dentro da mesma faixa etária aprovada, com valores entre R$ 350 e R$ 500 por dose.
A aplicação é contraindicada para gestantes, lactantes, pessoas com imunossupressão e indivíduos alérgicos a componentes da fórmula.
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O Brasil vive um dos períodos mais críticos no enfrentamento à dengue. Em 2024, foram registrados 6,6 milhões de casos e 5 mil mortes, os números mais altos da série histórica. Em 2025, São Paulo e Minas Gerais concentram metade das notificações no país, segundo o Ministério da Saúde.
A expectativa é que, com a ampliação da cobertura vacinal, o país consiga diminuir significativamente os impactos da dengue nos próximos anos.
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