Lobo-terrível, extinto há 15 mil anos, é revivido nos EUA; veja vídeo

Em uma conquista científica notável, a empresa de biotecnologia Colossal Biosciences anunciou na última segunda-feira (7) ter "revivido" o lobo-terrível (dire wolves, em inglês), uma espécie que se extinguiu há aproximadamente 13.000 anos e ficou famosa pela série de televisão Game of Thrones. 

Este feito marca um avanço significativo no campo da desextinção, utilizando tecnologias de edição genética para recriar características de espécies desaparecidas.

O lobo-terrível

O lobo-terrível era um predador de grande porte que habitava as Américas durante o período Pleistoceno. Maior e mais robusto que os lobos-cinzentos modernos, possuía uma cabeça mais larga, mandíbulas poderosas e pelagem densa. Sua extinção é atribuída a mudanças ecológicas e à diminuição de presas disponíveis.

O projeto de desextinção

A iniciativa da Colossal Biosciences envolveu a análise de DNA extraído de fósseis de lobos-terríveis em 2021, incluindo um dente de 13.000 anos encontrado em Ohio e um osso do ouvido de 72.000 anos descoberto em Idaho. Embora o DNA antigo estivesse degradado, os cientistas identificaram aproximadamente 20 modificações genéticas em 14 genes que diferenciavam o lobo-terrível dos lobos-cinzentos atuais.​

Utilizando a tecnologia CRISPR de edição genética, essas alterações foram introduzidas em células-tronco de lobos-cinzentos. Os embriões resultantes foram implantados em cadelas que serviram como mães de aluguel. 

Esse processo resultou no nascimento de três filhotes saudáveis: Romulus e Remus (em homenagem aos irmãos Rômulo e Remo, da mitologia romana, que teriam sido alimentados por uma loba), nascidos em outubro de 2024, e Khaleesi (nome da personagem de Game Of Thrones), nascida em janeiro de 2025.

Características e acompanhamento dos filhotes

Os filhotes apresentam características físicas e comportamentais consistentes com as reconstruções científicas do lobo-terrível, incluindo maior porte, cabeça mais larga e mandíbulas robustas. Atualmente, eles residem em uma reserva ecológica de 2.000 acres nos Estados Unidos, onde são monitorados continuamente para garantir seu bem-estar e estudar seu desenvolvimento.

Implicações éticas e científicas

Este projeto levanta questões éticas e científicas significativas. Alguns especialistas questionam se os animais resultantes podem ser considerados verdadeiros lobos-terríveis ou apenas lobos-cinzentos geneticamente modificados. Além disso, há debates sobre os riscos e benefícios de reintroduzir espécies extintas em ecossistemas modernos.​

A Colossal Biosciences enfatiza que seu objetivo não é apenas recriar espécies extintas, mas também avançar na conservação de espécies ameaçadas, utilizando tecnologias de ponta para preservar a biodiversidade.