Longevidade e tecnologia: como a inovação transforma o envelhecimento

São Paulo, 17/08/2025 - O envelhecimento deixou de ser apenas uma consequência do aumento da expectativa de vida e passou a ocupar um espaço central na pauta da inovação global. 

A nova fronteira da longevidade une tecnologia, inteligência artificial, biotecnologia, engenharia genética e medicina personalizada para não só prolongar a vida, mas também garantir mais qualidade aos anos vividos.

No SXSW 2025, realizado em Austin, nos Estados Unidos, especialistas apresentaram como a convergência entre tecnologia e saúde está redesenhando o conceito de envelhecimento saudável, agora incorporando regeneração celular, bem-estar mental e tratamentos sob medida.

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A revolução da medicina de precisão

A Inteligência Artificial (IA) está acelerando diagnósticos, personalizando terapias e permitindo que pacientes acompanhem sua própria saúde por meio de wearables e plataformas digitais. 

Tecnologias de edição genética, testes preditivos e terapias regenerativas prometem tratar o envelhecimento como uma condição médica gerenciável, não como um destino inevitável.

Um exemplo é da empresa Chan Zuckerberg Initiative, cofundada por Priscilla Chan, que apresentou no evento um modelo inovador de “células virtuais” que simula o comportamento celular, possibilitando avanços mais rápidos na pesquisa biomédica.

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Inovação que vai além do corpo físico

A longevidade não depende apenas de intervenções biológicas. A saúde mental e a conexão social foram destaque na palestra de abertura da especialista Kasley Killam, autora de "The Art and Science of Connection" ("A arte e a ciência da conexão", em tradução livre).

Segundo ela, cultivar relações humanas é tão importante para a vida longa quanto hábitos físicos saudáveis.

Realidade virtual e terapias com psicodélicos também estão surgindo como alternativas para tratar depressão resistente, ansiedade e estresse pós-traumático. Empresas já avaliam incluir esse tipo de tratamento no pacote de benefícios corporativos.

Casos práticos e experimentos ousados

O empresário Bryan Johnson, conhecido por seu projeto de reverter o envelhecimento biológico, contou como monitora diariamente mais de 100 biomarcadores, ajustando dieta e rotina com apoio da IA. 

Ele acredita que, nos próximos anos, algoritmos serão capazes de eliminar as principais causas de morte precoce.

Entre os dispositvos vestíveis (chamados de wearables), chamou atenção a máscara Bia Sleep, que promete dobrar o tempo de sono profundo. Apesar do potencial, especialistas alertam para a necessidade de validação científica rigorosa e de algoritmos livres de vieses.

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Telemedicina e novos tratamentos

A telemedicina segue se consolidando como um pilar da saúde digital, permitindo que pacientes tenham papel mais ativo no próprio cuidado. 

Paralelamente, medicamentos metabólicos como os baseados em GLP-1 (semaglutida) estão transformando o tratamento da obesidade e da saúde metabólica, mas pesquisas já buscam alternativas menos dependentes de fármacos.

O futuro: preventivo, personalizado e participativo

A integração de dados genômicos, biomarcadores e dispositivos vestíveis está abrindo caminho para tratamentos totalmente personalizados. 

Essa abordagem permitirá prever riscos antes mesmo de os sintomas surgirem, garantindo intervenções precoces e aumentando a expectativa de vida saudável.

Para que essas tecnologias alcancem toda a população, especialistas defendem a união entre políticas públicas e iniciativas privadas, garantindo acesso democrático aos avanços científicos.