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Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 13/08/2025 - Um levantamento recente, trouxe à tona o impacto da paternidade na vida profissional dos brasileiros e as dificuldades enfrentadas para equilibrar esses dois papéis. A pesquisa ouviu mais de 400 profissionais de diferentes regiões do Brasil, dos quais 74% são pais e 87% deles vivem com os filhos.
A pesquisa realizada pela empresa Infojobs mostra que, apesar dos desafios, a chegada dos filhos pode trazer mudanças positivas para a carreira.
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Conforme o levantamento, 70% dos entrevistados afirmaram que, após se tornarem pais, passaram a ser mais produtivos, focados e a ter prioridades mais claras no trabalho.
No entanto, 13% relataram impactos negativos, como menor disponibilidade e perda de oportunidades, enquanto 16% disseram não ter sentido mudanças significativas.
Um dos principais obstáculos para os pais é conciliar a rotina profissional com a vida familiar. A pesquisa revela que 76% dos pais sentem culpa por dar prioridade ao trabalho, mesmo que às vezes.
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Essa sensação está ligada à dificuldade de dedicar o tempo que consideram ideal para os filhos.
Segundo Richard Uchoa, consultor especialista em temas de carreira e paternidade:
Ser um bom pai e um bom profissional, na mesma medida, pode ser um desafio para a maioria dos brasileiros", diz.
Sobre a flexibilidade no ambiente de trabalho, apenas 38% dos pais disseram que suas empresas oferecem condições para participarem de momentos importantes da vida dos filhos, como reuniões escolares ou consultas médicas.
Por outro lado, 34% afirmaram que não têm esse apoio e 28% possuem a possibilidade, mas não costumam utilizar, deixando essa responsabilidade para a mãe ou outros familiares.
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A sobrecarga de trabalho e a falta de flexibilidade foram apontadas como as maiores barreiras para um melhor equilíbrio, segundo 39% dos entrevistados. Já 18% destacaram dificuldades pessoais na organização e na priorização do tempo com a família.
Além disso, a pesquisa revelou que 46% dos pais percebem que suas empresas não possuem políticas de apoio à paternidade.
Entre os profissionais que ainda não têm filhos, 44% desconhecem se há alguma medida nesse sentido e 30% afirmam que essas políticas não existem.
A falta de suporte no trabalho também influencia a forma como esses profissionais são vistos.
Quase metade dos pais acreditam que são considerados menos comprometidos com a carreira por priorizarem a família.
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Em contrapartida, entre os que não são pais, 40% sentem que são percebidos como mais equilibrados e responsáveis.
Esses dados ressaltam a importância de as empresas promoverem ambientes mais acolhedores e flexíveis para pais que trabalham, reconhecendo suas necessidades e desafios.
Essa mudança não só beneficia diretamente os pais, como também representa um avanço para a equidade de gênero ao contribuir para a divisão mais equilibrada das responsabilidades familiares.
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A reflexão sobre paternidade e carreira abre espaço para que organizações repensem suas políticas internas e incentivem práticas que favoreçam o bem-estar e o desenvolvimento profissional.
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