Apenas 1 em cada 5 contratações em cargos de tecnologia no Brasil é de mulheres

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Pesquisa mostra sub-representação feminina em cargos de tecnologia e alerta para a urgência de políticas inclusivas no setor - Envato
Pesquisa mostra sub-representação feminina em cargos de tecnologia e alerta para a urgência de políticas inclusivas no setor
Por Bianca Bibiano

Publicado em 10/05/2025, às 12h00

São Paulo, 10/05/2025 - Apenas 20% das novas contratações em cargos de tecnologia no Brasil são de mulheres, de acordo com estudo da empresa Laboratória, em parceria com a McKinsey & Company, divulgado nesta semana. O levantamento destaca a necessidade urgente de iniciativas inclusivas no setor, sob o risco de retrocessos que podem comprometer a inovação e a competitividade das empresas.

A pesquisa, realizada com mais de 300 empresas de tecnologia em cinco países da América Latina – Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México – utilizou dados de processos seletivos, análises de cargos e entrevistas com gestores de tecnologia e recursos humanos para entender a representatividade feminina no setor. A publicação também alerta para o impacto negativo de políticas que desconsideram a diversidade como motor de crescimento econômico e inovação.

"Com esse número, dificilmente conseguiremos avançar na pauta para termos uma sociedade mais equitativa e com mulheres ocupando espaços de liderança", disse em nota Regina Acher, cofundadora da Laboratória no Brasil.

Além de analisar o cenário nacional, o estudo oferece uma comparação entre os países latino-americanos e destaca que as mulheres enfrentam barreiras substanciais, especialmente em posições de liderança.

No Brasil, menos de 30% das posições de alta gerência no setor tecnológico são ocupadas por mulheres, refletindo uma disparidade crescente à medida que se avança na hierarquia corporativa. Em outros países da região, como a Colômbia, esse número chega a 35%, enquanto o México apresenta uma taxa de 25%. Mesmo em países onde a presença feminina é um pouco maior, a diferença ainda é alarmante, especialmente nos níveis mais altos de responsabilidade.

O estudo também aponta que áreas como análise de dados e desenvolvimento de software têm despertado um interesse crescente entre as mulheres, mas a inclusão dessas profissionais nos processos seletivos permanece um desafio. Além disso, há uma diferença salarial significativa: as mulheres que conseguem conquistar cargos similares aos dos homens ainda recebem, em média, 24% menos, e essa disparidade é ainda mais acentuada em posições de liderança.

“Para avançarmos como sociedade e como setor, é fundamental criar políticas inclusivas que não só atraiam, mas também retenham e promovam mulheres nesses espaços. A mudança não pode ser lenta – ela precisa acontecer agora, e deve envolver os diversos atores da sociedade, sem considerar partidos políticos. Afinal, a dicotomia entre diversidade e progresso econômico é um falso dilema. O verdadeiro desafio está em encontrar o equilíbrio entre desenvolvimento, inovação e inclusão", finaliza Acher.

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