Moda não tem idade e longevidade ganha destaque nesse mercado, diz pesquisadora

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Grande mudança de paradigma do nosso tempo é que vamos passar a admirar e querer ser igual às mulheres com mais de 50 anos, diz a pesquisadora - Divulgação/PushFinanças
Grande mudança de paradigma do nosso tempo é que vamos passar a admirar e querer ser igual às mulheres com mais de 50 anos, diz a pesquisadora
Por Fabiana Holtz fabiana.holtz@viva.com.br

Publicado em 22/09/2025, às 13h12 - Atualizado às 13h36

São Paulo, 22/09/2025 – A mulher segue conquistando espaços importantes no mercado de trabalho e segundo a pesquisadora de moda e gênero Thais Farage, que passou 12 anos ajudando figuras poderosas a se vestir, o público 50+ está virando foco de admiração. “A grande mudança de paradigma do nosso tempo é que vamos passar a admirar e querer ser igual às mulheres com mais de cinquenta anos. O mais jovem está deixando de ser tão desejado”, afirmou Farage durante painel patrocinado pela Shoulder no Push Finanças, evento realizado na Arena B3 pela Push.edu e pela B3, para discutir finanças, investimentos e carreira com foco no protagonismo feminino.

Ao falar sobre ‘Mulher, Roupa e Poder: como a gente escolhe o que veste?’ a pesquisadora avalia que as mulheres que sabem lidar com o amadurecimento e entendem como usar isso para se vestir estão cada vez mais sendo admiradas e vistas como exemplo. Em sua experiência como pesquisadora e consultora, Farage destaca que “se vestir para ir ao trabalho nunca é só sobre trabalho”.

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“A forma como a gente se veste influencia na forma como somos vistas no mercado de trabalho, e na hora de escolher o que vestir é preciso ser estratégica e pensar que a roupa vale o número de vezes que você usa”, ensina. O preço na etiqueta é só uma etapa desse processo, acrescenta.

Roupa e poder

Segundo a especialista são raras as marcas que investem em educar seus consumidores para a compra consciente e essa relação precisa ser trabalhada. “Isso porque o vestuário para a mulher é muito mais importante quando se fala de poder. Roupa importa porque é cultura material e nos ajuda a inventar quem somos. Não é bobagem. É o jeito que a gente se relaciona com o mundo. Roupa media as nossas relações”, ensina.

A especialista conta que historicamente fomos levados a entender que moda é futilidade porque é um mercado feminino. “Foi estabelecido lá traz que a mulher precisa ser bonita e o homem eficiente. E infelizmente tudo que é ligado ao feminino é pouco valorizado intelectualmente. Isso é mentira. Como nos vestimos, nos ajuda a acreditar no papel que criamos para nós”, disse, ao defender que essa cultura não se constrói sozinha. Ela é construída todo dia.

Poder e a moda masculina

A primeira coisa ao se vestir para o trabalho é se perguntar qual o poder que te interessa, aponta a pesquisadora de moda. “Existem poderes diferentes. Nossa roupa importa e vai importar cada vez mais”.

No caso do público feminino não tem uma resposta pronta, porque ser mulher é uma experiência muito múltipla, diz Farage. O conselho da pesquisadora é entender os códigos é brincar com eles. Pensar principalmente no seu biótipo, no meio de transporte que você vai utilizar para ir ao trabalho, o perfil que você identifica no ambiente.  O segredo é entender a roupa que você irá vestir como sua principal parceira. “Ninguém fica tanto junto com você, na sua pele como a sua roupa. Nem a sua família. É preciso pensar nisso com estratégia”, afirma..

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Buscar referências condizentes com o seu ambiente de trabalho também é importante. Segundo ela, cada lugar tem um repertório. “Temos de escolher para que público estou me vestindo, como eu me relaciono com esses códigos”.

Como me vestir para uma entrevista de emprego?

A escolha para esse compromisso, na visão da pesquisadora, é importante. “Não é dia para look diferentão. É momento para falar a língua do lugar que você quer trabalhar. Estude o lugar, veja como as pessoas se vestem e tente ir parecido com o que você viu nesse ambiente”, ensina.

Entender esses códigos de vestimenta e saber como usar isso a seu favor, segundo ela, é um dos pontos que podem te ajudar a chegar onde deseja. E com relação ao comportamento no ambiente de trabalho, acrescenta ela, reprovar o estilo de roupa do colega já é entendido como violência de gênero. 

"Lembre sempre que o jeito que você se sente também impacta no jeito que você é vista". Em resumo, diz a especialista, busque se sentir confiante ao se vestir, mas sem perder de vista os códigos do lugar onde está.

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