Divulgação/PushFinanças
São Paulo, 22/09/2025 – A mulher segue conquistando espaços importantes no mercado de trabalho e segundo a pesquisadora de moda e gênero Thais Farage, que passou 12 anos ajudando figuras poderosas a se vestir, o público 50+ está virando foco de admiração. “A grande mudança de paradigma do nosso tempo é que vamos passar a admirar e querer ser igual às mulheres com mais de cinquenta anos. O mais jovem está deixando de ser tão desejado”, afirmou Farage durante painel patrocinado pela Shoulder no Push Finanças, evento realizado na Arena B3 pela Push.edu e pela B3, para discutir finanças, investimentos e carreira com foco no protagonismo feminino.
Ao falar sobre ‘Mulher, Roupa e Poder: como a gente escolhe o que veste?’ a pesquisadora avalia que as mulheres que sabem lidar com o amadurecimento e entendem como usar isso para se vestir estão cada vez mais sendo admiradas e vistas como exemplo. Em sua experiência como pesquisadora e consultora, Farage destaca que “se vestir para ir ao trabalho nunca é só sobre trabalho”.
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“A forma como a gente se veste influencia na forma como somos vistas no mercado de trabalho, e na hora de escolher o que vestir é preciso ser estratégica e pensar que a roupa vale o número de vezes que você usa”, ensina. O preço na etiqueta é só uma etapa desse processo, acrescenta.
Segundo a especialista são raras as marcas que investem em educar seus consumidores para a compra consciente e essa relação precisa ser trabalhada. “Isso porque o vestuário para a mulher é muito mais importante quando se fala de poder. Roupa importa porque é cultura material e nos ajuda a inventar quem somos. Não é bobagem. É o jeito que a gente se relaciona com o mundo. Roupa media as nossas relações”, ensina.
A especialista conta que historicamente fomos levados a entender que moda é futilidade porque é um mercado feminino. “Foi estabelecido lá traz que a mulher precisa ser bonita e o homem eficiente. E infelizmente tudo que é ligado ao feminino é pouco valorizado intelectualmente. Isso é mentira. Como nos vestimos, nos ajuda a acreditar no papel que criamos para nós”, disse, ao defender que essa cultura não se constrói sozinha. Ela é construída todo dia.
A primeira coisa ao se vestir para o trabalho é se perguntar qual o poder que te interessa, aponta a pesquisadora de moda. “Existem poderes diferentes. Nossa roupa importa e vai importar cada vez mais”.
No caso do público feminino não tem uma resposta pronta, porque ser mulher é uma experiência muito múltipla, diz Farage. O conselho da pesquisadora é entender os códigos é brincar com eles. Pensar principalmente no seu biótipo, no meio de transporte que você vai utilizar para ir ao trabalho, o perfil que você identifica no ambiente. O segredo é entender a roupa que você irá vestir como sua principal parceira. “Ninguém fica tanto junto com você, na sua pele como a sua roupa. Nem a sua família. É preciso pensar nisso com estratégia”, afirma..
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Buscar referências condizentes com o seu ambiente de trabalho também é importante. Segundo ela, cada lugar tem um repertório. “Temos de escolher para que público estou me vestindo, como eu me relaciono com esses códigos”.
A escolha para esse compromisso, na visão da pesquisadora, é importante. “Não é dia para look diferentão. É momento para falar a língua do lugar que você quer trabalhar. Estude o lugar, veja como as pessoas se vestem e tente ir parecido com o que você viu nesse ambiente”, ensina.
Entender esses códigos de vestimenta e saber como usar isso a seu favor, segundo ela, é um dos pontos que podem te ajudar a chegar onde deseja. E com relação ao comportamento no ambiente de trabalho, acrescenta ela, reprovar o estilo de roupa do colega já é entendido como violência de gênero.
"Lembre sempre que o jeito que você se sente também impacta no jeito que você é vista". Em resumo, diz a especialista, busque se sentir confiante ao se vestir, mas sem perder de vista os códigos do lugar onde está.
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