Divulgação/PushFinanças
Por Alessandra Taraborelli e Fabiana Holtz, do Viva
redacao@viva.com.brSão Paulo, 22/09/2025 – A necessidade de encarar os números de frente e o autoconhecimento são essenciais para o sucesso do seu negócio. A avaliação foi feita pela fundadora do Dinastia Hub e investidora do Shark Tank, Carol Paiffer, durante o painel “No Azul: como fazer o seu dinheiro para a sua empresa”, realizado pela Push.edu e pela B3.
De acordo com ela, muitos empreendedoras têm dificuldade em encarar os números e é essencial que isso seja feito desde o primeiro momento em que se decide empreender. Ela também chama a atenção para o fato de as pessoas, na busca por tentar obter sucesso com o negócio, perderem tempo e queimarem caixa em gastos desnecessários. Ela cita como exemplo, um empreendedor que tem 30 produtos na prateleira e só 5 vendem bem. Ao invés de gastar tempo e dinheiro tentando fazer os 25 venderem, é melhor investir nos cinco que já são sucesso de vendas para obter dinheiro mais rápido e, depois se voltar para os outros produtos.
Leia também: Com planejamento, redes sociais podem ser aliadas de pequenos e médios empreendedores
Mesmos para as pessoas mais resistentes aos números, Paiffer ressalta que não há desculpa, pois existem muitas tecnologias que podem facilitar esse processo, é necessário encontrar a ferramenta ideal para cada necessidade e objetivo.
Outro ponto de atenção destacado pela executiva é a necessidade de separar, desde o início, o dinheiro da conta jurídica da pessoa física. “Primeiro passo é colocar todos os números e separar as contas; segundo, é ter esse controle na palma da mão”, afirma, ressaltando que hoje é possível compartilhar profissionais e garantir qualidade e custos menores. “O mais importante é que os números estejam sempre na palma da mão e, para isso, entra tecnologia.”
A shark tank falou ainda sobre a importância de saber o que se quer, e que para isso é necessário buscar o autoconhecimento para definir com maior clareza os passos a seguir. Ela ressaltou ainda a necessidade de se criar um ambiente harmônico e te entender um pouco sobre todas as áreas. “Empreender não é sair montando um negócio e entender sobre o negócio, precisa ser um líder para criar harmonia para o time. Se você começa a entender um pouco sobre todas as áreas, você vai errar menos”, afirma.
Ela lembrou de uma fala que sua mãe sempre disse: “Se eu não sei fazer, eu não vou saber pedir. Eu preciso ter noção para saber se o profissional está me ajudando ou me atrapalhando. A pior coisa no seu negócio é ser refém, o conhecimento te liberta”, disse, acrescentando que se conectar com pessoas boas, também ajuda no processo. “Empreender é difícil, se alguém do time não tem uma boa energia, troca, não importa se ele é bom, ele vai contaminar negativamente as outras pessoas.”
Paiffer lembra que começou a empreender com 17 anos, junto com o seu irmão e que quando entrou no mercado financeiro, apenas 5% dele era de investidoras mulheres, hoje mudou, mas as mulheres ainda são minoria (cerca de 30%). “Quando eu entrei no mercado entendi que precisa me posicionar muito bem, eu sempre me vestia para passar credibilidade, eu tinha preocupação de como levar a informação com credibilidade”, explica.
Ela lembra que durante a crise de 2008, passou vários perrengues. “Fui aprender renda fixa e isso acabou nos salvando”, explica lembrando que a crise não faz só perder dinheiro, abala a saúde mental e também a autoestima. "Parecia que tudo que eu tinha falado sobre bolsa era mentira”, lembra.
Mas além de enxergar uma oportunidade para aprender, ela também enxergou uma oportunidade para conquistar novos clientes. “Tinha clientes perdendo dinheiro na Bolsa, mas também era uma oportunidade para quem queria entrar, já que os preços das ações caíram e era um bom momento para comprar mais barato”, lembra.
Paiffer, que sabe bem o que é trabalhar em um ambiente majoritariamente masculino, falou sobre a necessidade de conexão entre as mulheres. Ela disse que fez uma espécie de “Clube da Luluzinha”, onde começou a falar sobre a importância das mulheres saberem sobre educação financeira e de criarem o hábito de olhar os números. Ela lembrou que os homens “quebram mais do que as mulheres, porque nós temos a cautela feminina”.
Leia também: Finanças é tema importante, mas maioria diz entender pouco de educação financeira
“Quando uma mulher toma consciência disso, ela precisa melhorar a comunicação dela. A mulher demora mais para começar, ela testa o projeto.Ela precisa aprender também a dar mais espaço para quem acredita no nosso potencial. Tem bancos que já oferecem crédito para empreendedoras mulheres”, lembra.
Outro exemplo de sororidade, é que a executiva criou um pool feminino como forma de dar mais acolhimento para as mulheres apresentarem seus seus projetos. “Isso não quer dizer que vamos dar mais crédito, não sou uma ONG, sou investidora e quero retorno. Mas é um modo de as mulheres se sentirem mais acolhedoras e apresentarem de forma mais segura o seu projeto”, explica.
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.