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Publicado em 06/07/2025, às 14h21 - Atualizado em 07/07/2025, às 07h26
São Paulo, 06/07/2025 - Uma análise publicada no início de julho pela pesquisadora do FGV IBRE Janaína Feijó, no site da instituição, destacou que o número de idosos ocupados cresceu 68,9% em 12 anos, passando de 5,1 milhões em 2012 para 8,6 milhões em 2024, um acréscimo de 3,5 milhões de pessoas.
Do total em 2024, 3,2 milhões (37,6%) eram mulheres e 5,4 milhões (62,4%) eram homens. Na análise, a economista aponta que a participação feminina, embora ainda inferior à masculina, tem aumentado ao longo dos anos: em 2012, as mulheres representavam apenas 33,8% dos idosos ocupados.
Ela explica que, além da maior longevidade, um fator cada vez mais relevante para a permanência dos 60+ no mercado de trabalho é o aumento do custo de vida, especialmente nas grandes metrópoles. "Com a inflação persistente em itens essenciais como alimentação, moradia, saúde e transporte, muitos idosos se veem pressionados financeiramente, o que dificulta a manutenção de um padrão de vida adequado apenas com a aposentadoria", escreveu Feijó, que também é professora de Ciências Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Ela diz que a permanência no trabalho também pode ser uma estratégia para complementar a renda familiar, ajudar filhos e netos, ou ainda manter planos de saúde privados. "A taxa de participação na força de trabalho é um indicador importante para medir o grau de inserção da população economicamente ativa no mercado. No caso dos idosos, esse indicador ajuda a entender o quanto a população com 60 anos ou mais continua ou retorna à atividade laboral, seja por necessidade econômica, desejo de permanecer ativa ou outros fatores sociais e individuais".
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), o número de pessoas com 60 anos ou mais (60+) passou de 22,7 milhões para 35,2 milhões entre os quartos trimestres de 2012 e 2024. "Isso representa um acréscimo de 12,5 milhões de brasileiros nesse grupo etário, um crescimento expressivo de 55,4% em apenas 12 anos", analisa a pesquisadora, e completa dizendo que esse avanço gerou mudanças na composição da População em Idade Ativa (PIA).
"A participação dos 60+ na PIA saltou de 15% para 20% no mesmo período analisado. Atualmente, um quinto da população brasileira em idade para trabalhar é composta pelo grupo 60+".
A economista alerta que a alta taxa de informalidade é um dos principais indicadores de precarização no trabalho. Nesse sentido, ela analisa que 53,8% dos trabalhadores com 60 anos ou mais estavam em ocupações informais em 2024 e que esse percentual é substancialmente mais alto do que a média nacional, de 38,6%, e supera a taxa observada em grupos etários imediatamente inferiores, como o de 50 a 59 anos, cuja informalidade foi de 40,6%.
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