Total de ingressantes 50+ na educação superior bateu recorde em 2024

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Ao todo, 211.237 pessoas nessa faixa etária ingressaram em faculdades, universidades, institutos federais e centros universitários no ano passado - Envato
Ao todo, 211.237 pessoas nessa faixa etária ingressaram em faculdades, universidades, institutos federais e centros universitários no ano passado
Por Bianca Bibiano bianca.bibiano@viva.com.br

Publicado em 24/09/2025, às 18h03

São Paulo, 24/09/2025 - Dados do Censo da Educação Superior 2024, divulgados segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostram um aumento de mais de 400% no número de ingressantes com 50 anos ou mais de idade entre 2010 e 2024 em cursos de ensino superior.
Ao todo, 211.237 pessoas nessa faixa etária ingressaram em faculdades, universidades, institutos federais e centros universitários no ano passado, número superior a todas as edições anteriores do levantamento. Em 2010, foram registrados 42.063. O recorte de idade foi feito a partir de dados do Inep pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) a pedido do Viva.
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Considerando todas as faixas de idade, o Brasil registou ano passado mais de 5 milhões de alunos ingressantes na graduação. O recorte é feito anualmente e traça um panorama da educação a nível superior, considerando números de ingressantes, concluintes, matriculados e docentes das 2.561 instituições desse nível em funcionamento no País.

EAD prevalece como principal forma de acesso

Assim como outros levantamentos anteriores, o Censo da Educação Superior também mostrou a prevalência de ingressantes na modalidade de educação a distância (EAD). Em 2024, do total de ingressantes 50+, 35.416 entraram para cursos presenciais, enquanto 175.821 ingressaram em cursos EAD.
Em março, a 15ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, do Semesp, já havia mostrado que o total de matrículas desse grupo etário em cursos de EAD aumentou 672% no período de 2013 a 2023, o maior crescimento por faixa de idade.
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Considerando todas as idades, a EAD bateu recorde em 2024, quando pela primeira vez na história, as matrículas nessa modalidade superaram as do ensino presencial. Segundo João Mattar, presidente da ABED, "esses números confirmam que a EAD ocupa uma posição central na educação superior brasileira, ao mesmo tempo em que evidenciam novos desafios, como o equilíbrio entre ingresso e permanência, o aperfeiçoamento da qualidade dos cursos e a inclusão digital dos estudantes."
"Agora, além de analisarmos e discutirmos esses dados, resta esperar os números de 2025, observando os impactos que o novo marco regulatório da EAD deverá produzir sobre esses indicadores", conclui.

Taxa de evasão é alta entre universitários 50+

Ainda segundo o censo, o total de concluintes 50+ foi de 67.619 em 2024, também com prevalência na modalidade a distância, que registrou 48.975 formandos naquele ano. Nesse sentido, os dados do Inep apresentam um desafio em relação aos estudantes mais velhos, pois entre pessoas de 50 anos ou mais a taxa de conclusão foi de 59,7, enquanto de universitários de 20 a 22 anos foi de 77,3.
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Quando analisada a evasão, as diferenças são ainda maiores: no grupo etário mais jovem a taxa foi de 11, enquanto entre os 50+ foi de 23,4. Entre grupos etários de 30 a 49 anos a taxa é semelhante, mostrando que a evasão nessa etapa pode estar ligada à múltiplos fatores da vida adulta, não apenas à idade.

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