Foto: Agência Gov Secom PR
Por Beatriz Duranzi
[email protected]São Paulo, 17/05/2025 - O governo federal divulgou uma nova atualização nas regras de transição do Bolsa Família para famílias que passam a ter renda acima do limite permitido para receber o benefício.
A mudança foi oficializada por meio de uma portaria publicada na última quinta-feira (15), no Diário Oficial da União, pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
A nova norma, chamada de “regra de proteção”, começa a valer a partir de junho de 2025, mas apenas no pagamento de julho os beneficiários verão diferenças. Segundo o ministério, a medida busca tornar o programa mais sustentável e direcionar melhor os recursos às famílias em maior situação de vulnerabilidade.
Até maio de 2025, famílias com renda per capita superior a R$ 218, mas inferior a meio salário mínimo (R$ 706), podiam continuar no programa por até 24 meses, recebendo metade do valor do benefício original.
A partir de junho, esse modelo passa a ser dividido em três categorias, com novos critérios de permanência e teto de renda:
Renda permitida: até meio salário mínimo por pessoa (R$ 706)
Tempo no programa: até 24 meses
Regra: Mantêm os direitos da norma anterior.
Renda permitida: até R$ 706 por pessoa
Tempo no programa: até 12 meses
Condição: Não ter integrantes com aposentadoria, pensão ou BPC.
Renda permitida: até R$ 706 por pessoa
Tempo no programa: até 2 meses
Justificativa: Já contam com uma fonte contínua de proteção social.
No caso específico de famílias que tenham pessoas com deficiência e recebam o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o prazo máximo na nova regra de transição será de até 12 meses, devido à natureza revisável do benefício.
Beneficiários já protegidos pelas regras anteriores até junho de 2025 não serão afetados. Elas seguirão com direito à permanência por até 24 meses, mantendo 50% do valor do benefício mesmo com a renda acima do critério de entrada.
Se durante esse período a renda voltar a ficar abaixo do limite de R$ 218 por pessoa, o valor integral do benefício será restabelecido. Após os 24 meses, se a família continuar com renda acima do limite, o pagamento do Bolsa Família será encerrado, com base na ideia de que houve estabilização financeira.
Mesmo após a saída do programa, famílias que voltarem a enfrentar dificuldades financeiras poderão ser reintegradas ao Bolsa Família com prioridade. Isso será feito por meio do mecanismo chamado “retorno garantido”, que é válido por até 36 meses após o encerramento do benefício.
Segundo o ministério, a atualização visa oferecer mais segurança para as famílias que conseguem melhorar a renda, especialmente aquelas que ingressam no mercado formal de trabalho. A ideia é evitar uma interrupção brusca no auxílio e permitir uma transição gradual para a autossuficiência financeira.
A pasta afirma que os ajustes também contribuem para uma melhor gestão dos recursos públicos, assegurando que o Bolsa Família continue sendo um dos programas sociais mais eficazes do mundo, com foco em quem realmente precisa.
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