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Por Estadão Conteúdo
redacao@viva.com.brSão Paulo, 05/11/2025 - A proporção de brasileiros separados aumentou significativamente nas duas últimas décadas. Os dados foram divulgados na manhã desta quarta-feira, 5, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na pesquisa Nupcialidade e Família, com dados do Censo 2022.
Os novos dados revelam que a porcentagem de pessoas vivendo em união conjugal aumentou ligeiramente nas últimas décadas, passando de 49,5% em 2000 para 51,3% em 2022. Por outro lado, a porcentagem de pessoas que já viveu uma união conjugal mas não vive mais passou de 11,9% para 18,6%, no mesmo período. O grupo de pessoas que nunca viveu em união conjugal passou de 38,6% para 30,1%.
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Em 2022, o Estado do Rio de Janeiro tinha o maior porcentual (21 4%) de pessoas que não viviam, mas já haviam vivido em união conjugal, seguido de Bahia (20,4%) e Sergipe (20,1%). As menores porcentagens de separados estavam em Santa Catarina (16,1%), Pará (16,9%) e Mato Grosso (16,9%).
Entre 2000 e 2022, a porcentagem de brasileiros casados no religioso e no civil recuou quase dez pontos porcentuais, passando de 49,4% para 37,9%. Já a porcentagem de pessoas vivendo em união consensual subiu de 28,6% para 38,9%, tornando-se a forma de união mais frequente no Brasil. A proporção de casamentos somente no civil também cresceu: de 17 5% para 20,5% no mesmo período.
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O censo também relevou os dados de casais homoafetivos. O casamento entre pessoas do mesmo sexo no Brasil ainda representa menos de 1% das uniões conjugais do País, mas aumentou pelo menos sete vezes na última década.
De acordo com os novos dados, em 2010 foram registrados 58 mil casamentos entre pessoas do mesmo sexo, o que equivalia a 0,1% do total das uniões. Doze anos depois, em 2022, o número já tinha saltado para 480 mil (0,7%). Dentre as uniões gays, 58% dos casais são de mulheres e 42% de homens.
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Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou as uniões estáveis homoafetivas à heteroafetivas. Na época, os ministros decidiram que a união estável entre pessoas do mesmo gênero é uma entidade familiar. Isso já era feito por parte dos cartórios e tribunais, mas não havia entendimento unificado pelo País.
Além de fixar esse parâmetro jurídico, na prática, isso facilitou a extensão de direitos a casais homoafetivos, como a inclusão em plano de saúde, herança e até adoção ou reconhecimento de pais homoafetivos na certidão de nascimento.
Dois anos depois, em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou resolução autorizando o casamento civil. Até hoje, porém, não há lei que reconheça casamentos LGBT+.
Dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) revelam que, desde 2013, o Brasil vem registrando, em média, 7,6 mil casamentos homoafetivos por ano.
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