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Gina Garcia, ex-Raça Negra e mãe de Gloria Groove, prepara novo show

Divulgação

O show "Quintal da Mama" vai contar com músicas do se novo álbum "Tô pronta" - Divulgação
O show "Quintal da Mama" vai contar com músicas do se novo álbum "Tô pronta"

São Paulo, 19/11/2025 - Com 63 anos e muita bagagem musical, Gina Garcia se prepara para a estreia do seu novo show. Talvez esteja perguntando: quem é Gina Garcia? Você ainda pode não saber quem é, mas já deve ter ouvido sua voz em parceria com grandes nomes nacionais e internacionais. Os mais jovens a reconhecem pela semelhança física e pela participação em shows de seu filho, Daniel Garcia, que se apresenta como Gloria Groove.

Gina tornou-se muito requisitada como backing vocal, marcando presença em shows e gravações ao lado de grandes nomes como Gian & Giovani, Elza Soares, Roberta Miranda,  e até a diva da dance music Gloria Gaynor, entre outros. Foi com o grupo Raça Negra que construiu sua parceria mais longa, de cerca de 25 anos.

No ano que vem, Gina quer lançar o show “Quintal da Mama”, que terá as músicas do “Tô pronta” e também de grandes artistas. “Eu planejo lançar meu show de samba, que será uma mistura de covers, música do meu álbum, um bloquinho de Cazuza, e um pequeno pot-pourri de Gloria Groove”, afirma, revelando que o show deve começar a rodar o Brasil a partir de março ou abril do ano que vem.

“Eu demorei um pouco para assumir o meu lugar de solista, eu ainda estava na posição de backing vocal, onde eu não sou a artista principal”, disse.

A carreira solo começou a se desenhar em 2022, após uma lesão no joelho, que a afastou do grupo Raça Negra. Foi neste período que seu filho a chamou para conversar e disse: “Mãe, eu acho que está na hora de cuidar de você, fazer as suas coisas, afinal você trabalhou a vida inteira para me criar. Já está tudo bem, eu posso te ajudar nesse momento. Aproveita esse momento e vira o espelho para você", lembra ela.

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Gina então passou a investir em sua carreira solo. A artista já tinha pronto, desde 2018, um tributo a Gal Costa. E, em maio de 2023, Gina deu início à sua trajetória solo com o projeto Gina Canta Gal, um tributo à cantora, por várias cidades.

Gina Garcia no palco cantando
Novo show trará o repertório de "Tô pronta", álbum que conta a história de sua vida - Divulgação

Em maio de 2024, lançou seu primeiro álbum autoral, "Tô Pronta", que trouxe 12 faixas e participações de Gloria Groove, Preta Gil, Péricles, Marvvila, Assucena, Caio Prado, Erika Hilton e Liniker. O trabalho traz “Meu Anjo”, dueto com Gloria Groove, como primeira faixa divulgada.

A artista ressalta ainda que o seu álbum, além de ser autoral, é todo conceitual, pois conta a história da sua vida.

Ela conta que conversou com Humberto Tavares, produtor musical, sobre o que seria o disco. "Do que você quer falar? Respondi: Primeiro, vamos falar do samba, de como ele deixa as pessoas felizes, que é a raiz do Brasil. Fomos falando sobre vários cunhos, até para gente começar a destrinchar essa letra e saiu 100%. Também tem a música 'Espelho', que traz a história da minha vida. Tudo que você ouvir lá é autoral e conceitual”, afirma.

Em fevereiro deste ano, Gina mergulhou no repertório de Cazuza com o EP Gina Canta Cazuza, que trouxe clássicos do poeta do rock brasileiro em versões em samba. No mesmo dia do lançamento, estreou no carnaval de São Paulo ao lado de Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, pela escola Camisa Verde e Branco, que levou o enredo “O tempo não para! Cazuza – o poeta vive!”, retornando à avenida no Desfile das Campeãs.

Após desfilar pela Camisa Verde e Branco, Gina foi convidada a fazer parte da ala musical da escola como cantora. A artista já está participando dos ensaios para o desfile de 2026.

O auge no Rock in Rio

Gina conta que um dos momentos mais emocionantes da sua vida foi quando Gloria Groove perguntou se ela poderia cantar junto no Rock Rio, no palco Sunset, em 2022, já que uma das backing vocals não conseguiria participar do show. “Que pergunta é essa, meu filho? Está maluco? Claro que eu vou e com muita honra", lembra a mãe da drag queen.

Ela afirma ainda que foram “duas experiências inenarráveis”, porque ela nunca tinha ido a Rock in Rio e tinha essa vontade. “Fiquei impactada naquele lugar, com aquele tanto de gente, e fiquei impactada pela segunda vez, porque quando eu cheguei no palco, vi aquela multidão e eu pensava: esse povo está aqui para ver o meu filho”, conta emocionada.

Chamada de louco pelo próprio pai

Vinda de uma família musical, com o pai pianista da noite, em São Paulo, e seu avô espanhol, tocador de acordeon, a música sempre esteve presente em sua vida. Desde cedo Gina demonstrou que queria ser cantora, contrariando o desejo do pai, que queria que ela estudasse Direito e se tornasse doutora.

Tentando não contrariar o pai, Gina trabalhou dos 17 aos 27 anos na área privada, em banco e corretora de valores. Na última empresa em que trabalhou, uma multinacional, ela trabalhava como secretária bilíngue.

Durante as festas da empresa, ela trocava a área burocrática pelo violão e cantava para os seus colegas de trabalho. E foi nesta época também que recebeu um convite para se apresentar em uma casa na avenida Paulista, em São Paulo, para cantar após o trabalho.

Ela fez isso por um mês, porque o corpo não aguentou a dupla jornada. Os diretores da empresa em que trabalhava fizeram uma proposta para que ela parasse de cantar à noite, já que seu rendimento havia caído, e iram promovê-la, para atender apenas a um alto executivo.

“Ali foi meu divisor de águas. Pensei: Se eu não for agora, acho que eu não vou ter coragem nunca mais, porque para música, na minha cabeça, já estava tarde. Tomei coragem, larguei a empresa e fiquei só na música."

Ao sair da multinacional, em 1987, seu pai, de início, não aprovou a sua decisão.

O meu pai queria me internar. Ele me chamou de louca. Deixei a segurança de uma empresa que eu já estava há 5 anos fazendo carreira para pular na música sem saber o que ia acontecer. Mas eu falei para ele: eu quero realizar meu sonho, eu vou”, disse.

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No começou, ela conta que cantava de graça em qualquer bar, só para ter uma vaga no palco. Depois de bater de porta em porta, o seu pai decidiu ajudar. “Claro que depois disso, desse processo todo que aconteceu, teve uma hora que o meu pai falou: não vai ter jeito, ela vai cantar mesmo, já entendi que é isso que ela optou. E aí ele me catou pela mão e me levou para o Terraço Itália, para eu fazer um teste, porque eram todos amigos dele que tocavam lá nessa época”, recorda. Passou no teste e trabalhou lá por cerca de um ano e meio.

Dicas para iniciantes

Para quem está começando, Gina aconselha a se aprimorar e estudar, citando seu próprio exemplo de ter estudado piano e canto. Ela enfatiza a importância de estudar teoria musical e voz, e de ouvir de tudo, pois a realidade atual do mercado musical exige maior preparação e versatilidade

“Eu aconselharia para essas pessoas que estão começando a primeiro estudar. Se você é um músico, vai estudar toda a parte que você precisa do seu instrumento, vai estudar música, teoria musical, da mesma forma que se você quer ser um cantor, você vai ter que se preparar para isso, fazer um curso de voz com profissional de canto, ter um fonoaudiólogo para cuidar da saúde da voz e um otorrino também. É preciso se preparar para essa engrenagem".

A artista acrescenta ainda que é preciso ouvir todo e qualquer estilo de música, porque os cantores acham que às vezes só precisa cantar um ritmo.

No meu caso de ser cantora da noite, você não tinha essa escolha. Você tinha que cantar de A a Z. Fora o pedido do cliente que chegava no papelzinho”, lembra. 

Para ajudar as pessoas que estão iniciando carreira, ela diz que vai lançar, junto com os amigos Bruno Oliveira e Dani Carmo, até o final deste ano, um curso para backing vocals, ensinando que é preciso ser cantor e que esse papel é apenas uma ramificação da carreira. 

“Nesse curso eu falo exatamente disso. As pessoas acham que backing vocal é uma única profissão. Você tem que explicar que é como uma faculdade, que você faz o curso básico, o curso de canto, e depois você escolhe o estilo, lírico, popular, etc...e ser backing vocal, é apenas uma ramificação da carreira”, explica.

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