Os 10 melhores filmes de 2025, segundo The New York Times
Reprodução/Instagram/@wagnermoura_brasil
Por Joyce Canele
redacao@viva.com.brSão Paulo, 10/12/2025 - Segundo os críticos do jornal americano The New York Times, como Manohla Dargis, mesmo com bilheterias em queda e lançamentos escassos dos grandes estúdios, 2025 entregou obras que lembram "por que a arte cinematográfica supera qualquer crise da indústria".
Publicado originalmente no início deste mês, o levantamento dos melhores filmes de 2025 reforça a vitalidade criativa do cinema em um período marcado por instabilidade econômica e dúvidas sobre o futuro das salas.
A lista reúne produções de diferentes nacionalidades que desafiam formatos, revisitam períodos turbulentos da história e ampliam debates contemporâneos. O destaque para o Brasil fica com o filme 'O Agente Secreto', que se destacou mundialmente e segue como um dos favoritos às próximas premiações.
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Os 10 melhores filmes de 2025, segundo críticos americanos
10. O Mestre da Mente
Kelly Reichardt assina um drama ambientado em 1970, seguindo JB, personagem de Josh O'Connor, que se envolve em um roubo amador a um pequeno museu regional.
O que começa como uma trama sobre crime ganha contornos éticos ao examinar a fragilidade de escolhas individuais diante de demandas coletivas. É uma obra silenciosa, convicta e profundamente humana.
9. Levados pelas Marés
Jia Zhangke combina ficção e documentário para narrar a vida de Qiaoqiao, vivida por Zhao Tao, ao longo de duas décadas de transformações na China.
A personagem, traída pelo namorado, atravessa diferentes fases da vida enquanto o país muda ao seu redor. O silêncio da protagonista, somado ao olhar observador de Jia, cria uma síntese poderosa sobre transformação social e afetiva.
8. O Agente Secreto
Kleber Mendonça Filho retorna ao período da ditadura militar brasileira, em 1977, para acompanhar Marcelo, interpretado por Wagner Moura, que se vê envolvido em uma fuga após encontrar um cadáver abandonado em um posto de gasolina.
A história mescla política, humor, elementos surrealistas e crítica social, configurando uma aventura singular que revisita um dos momentos mais tensos do País.
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7. Sorry, Baby
Eva Victor estreia na direção de longas com uma tragicomédia delicada sobre trauma e reconstrução. Ela interpreta Agnes, professora que vive perto da faculdade onde um episódio marcante mudou sua vida.
Com humor sutil e abordagem sensível, o filme evita os clichês comuns em narrativas sobre dor emocional e aposta em pequenos gestos para revelar a trajetória de cura da personagem.
6. Meus Amigos Indesejáveis: Parte I - Último Ar em Moscou
Julia Loktev acompanha o cotidiano de jornalistas russas que, desde 2021, enfrentam perseguição do governo sob acusações de serem agentes estrangeiros. Filmado com um iPhone, o projeto ganha caráter íntimo e urgente.
Com mais de cinco horas de duração, o longa revela o cotidiano tenso de profissionais que insistem em documentar a realidade mesmo diante da escalada autoritária na Rússia.
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5. BLKNWS: Termos e Condições
O filme-ensaio de Kahlil Joseph parte da enciclopédia "Africana", editada por Kwame Anthony Appiah e Henry Louis Gates Jr., para explorar identidades e experiências negras ao longo de séculos.
Em uma montagem que mistura imagens novas e arquivos, Joseph propõe uma reflexão ampla, experimental e provocadora sobre diáspora, cultura e pensamento crítico.
4. Foi Apenas um Acidente
Jafar Panahi utiliza suas próprias vivências sob o regime iraniano para construir um thriller ético de andamento lento, centrado em um grupo que acredita ter capturado um ex-carcereiro ligado à repressão estatal.
Durante deslocamentos por Teerã, os personagens dividem dúvidas, temores e convicções, enquanto a narrativa discute ação política, memória e resistência coletiva.
3. Marty Supreme
Josh Safdie apresenta um retrato vibrante de ambição e desajuste no Lower East Side dos anos 1950, Timothée Chalamet interpreta um balconista judeu inquieto, embalado por sonhos grandiosos e planos improváveis.
A obra evoca clássicos da literatura americana e mantém o tom caótico característico dos irmãos Safdie, a estreia amplia o debate sobre identidade e mobilidade social no pós-guerra.
2. Uma Batalha Após a Outra
Paul Thomas Anderson entrega um filme de forte personalidade, a história começa com um grupo diverso de ativistas libertando imigrantes de um centro de detenção.
O impacto do ato acompanha toda a narrativa, conduzida pela performance de Leonardo DiCaprio como um militante exausto que retorna à ação após anos de apatia. A produção articula crítica social e humor ácido para refletir sobre resistência política no país.
1. Pecadores
Dirigido por Ryan Coogler, o longa é considerado um dos pontos altos do ano. Ambientado no Mississippi da era Jim Crow, na década de 1930, o filme combina terror, crítica racial e referências ao blues.
Para narrar a jornada de gêmeos interpretados por Michael B. Jordan, confrontados por um vampirismo de origem branca que ameaça sua comunidade.
É uma obra que mistura gêneros e amplia o escopo narrativo ao refletir sobre a própria formação dos Estados Unidos.
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A seleção reflete apenas a avaliação dos críticos do jornal e registra os filmes que, segundo o The New York Times, marcaram o cinema em 2025.
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