Cai percepção dos executivos sobre importância do ESG para os negócios

São Paulo, 13/06/2025 – A  percepção da relevância do tema ESG (sigla para representa as boas práticas em termos Ambiental, Social e de Governança) tem caído entre os executivos nos últimos anos, segundo estudo “Líderes de Negócios e ESG”, realizado pela Data-Makers, agência de big data e instituto de pesquisa, em parceria com a CDN.

Entrevista com 108 presidentes (CEOs) e principais executivos de empresas de diferentes portes e setores, apontou queda de 89% para 83% neste ano na percepção sobre o tema. Em 2023, o indicador registrava 90%.

Outro ponto importante captado pela pesquisa é que somente 13% dos executivos dizem ter conhecimento avançado sobre ESG. Além disso, o grupo que afirma não ter nenhum conhecimento sobre o tema dobrou, de 4% para 8%.

E os impactos da “onda anti-ESG” seguem repercutindo negativamente no mundo dos negócios, de acordo com a pesquisa, visto que 66% dos entrevistados afirmam acreditar que em 2025 o ESG perdeu importância no mercado brasileiro. Entre os executivos de grandes empresas esse indicador é ainda maior, chega a 71%.

Para Fabrício Fudissaku, presidente da Data-Makers, esse movimento contrário ao ESG ainda não gerou mudanças significativas em corporações brasileiras, mas é certo que o tema vem se tornando menos relevante na prática empresarial.

Reflexo dessa queda de relevância sobre o assunto, 25% das empresas cancelaram iniciativas de ESG e 32% colocaram projetos em espera. Conforme a pesquisa, as áreas mais afetadas são treinamentos, políticas de contratação, parcerias com ONGs e ações de comunicação e patrocínio.

Investimentos

No âmbito dos investimentos, 58% dos líderes acreditam que os aportes se manterão no patamar. Já os que preveem um declínio nos aportes cresceu de 8% para 20%.

Na avaliação de Fabio Santos, presidente da CDN, o estudo reforça que ainda é preciso passar da teoria à prática quando o tema é ESG, e reforça a percepção de que ESG é mais discurso que ação.

Em suma, a pesquisa conclui que embora o tema não tenha desaparecido da pauta corporativa, ele enfrenta hoje desafios de saturação, desconhecimento e questionamento, exigindo das empresas uma revisão de estratégias, além da adoção de ações mais consistentes.