Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
[email protected]Conviver a dois é um desafio por si só. Quando o assunto é dinheiro, então, a situação pode ficar ainda mais delicada. Dividir as contas no casamento exige mais do que matemática: requer diálogo, empatia e acordos bem definidos.
Segundo uma pesquisa do SPC Brasil em parceria com a CNDL, 37,5% dos casais entrevistados relataram discussões por questões financeiras, e outros 31,5% apontaram a falta de dinheiro como motivo de conflito. A boa notícia? Com organização e transparência, dá para evitar que o dinheiro cause rachaduras na relação.
Antes de decidir “quem paga o quê”, é essencial ter uma conversa honesta. Qual a situação financeira de cada um? Quais são os gastos fixos e variáveis? Quais os objetivos de curto e longo prazo?
Sem essa base de entendimento, qualquer tentativa de divisão pode gerar frustração. Então, deixem o orgulho de lado e alinhem expectativas com maturidade.
Não existe fórmula única. O importante é encontrar o que faz sentido dentro da realidade de cada casal. Algumas possibilidades:
O fundamental é que ninguém se sinta sobrecarregado ou injustiçado.
Criem juntos uma planilha ou usem aplicativos de finanças para listar os gastos fixos e variáveis do casal. O objetivo é evitar decisões unilaterais, como aquela assinatura cara feita sem combinar.
Acordem também sobre prioridades. Vai economizar para comprar um carro, fazer uma viagem ou trocar de apartamento? Ter clareza sobre os objetivos conjuntos ajuda a manter o foco e evita frustrações.
Nem sempre é necessário abrir uma conta conjunta. Hoje existem alternativas como contas compartilhadas por aplicativos financeiros, que permitem controlar gastos a dois sem perder a individualidade.
Essas plataformas permitem que ambos visualizem os custos mensais, definam limites e planejem juntos, inclusive com notificações e relatórios automáticos.
Casar é muito mais do que dividir boletos. É dividir sonhos. Por isso, alinhem o que querem conquistar juntos: comprar um imóvel, fazer intercâmbio, ter filhos, empreender?
Ter metas conjuntas ajuda a definir quanto cada um precisa economizar e investir. Além disso, cria um sentimento de parceria que fortalece o vínculo.
É natural existirem diferenças de hábitos e prioridades. O segredo está em ceder quando necessário e buscar equilíbrio. Se um prefere guardar, e o outro, gastar, é preciso encontrar um meio-termo saudável.
Evite transformar as finanças em uma competição. O foco deve ser o bem-estar da relação, não quem “fez mais” ou “gastou menos”.
Após organizar as contas, é hora de pensar no próximo passo: investir. Comecem com uma reserva de emergência (o ideal é guardar de 6 a 9 meses de despesas) e, em seguida, pensem em aplicações que combinem com o perfil de vocês.
Investimentos conservadores, como o Tesouro Direto ou CDBs, são boas opções para iniciantes. Depois, podem explorar ações, fundos imobiliários e outras formas de fazer o dinheiro render, sempre com educação financeira e cautela.
Dividir as contas no casamento é, acima de tudo, uma construção de confiança e parceria. Mais importante do que como fazer, é fazer juntos. Com diálogo constante, transparência e disposição para ajustar rotas, é possível equilibrar as finanças sem comprometer o amor.
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