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China abrirá diálogo com indústria automotiva brasileira; Anfavea comemora

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Montadoras produziram 28,8% mais em maio de 2025 sobre mesmo mês de 2024 - Adobe Stock
Montadoras produziram 28,8% mais em maio de 2025 sobre mesmo mês de 2024

Por Vinícius Novais e Eduardo Laguna, da Broadcast

redacao@viva.com.br
Publicado em 01/11/2025, às 16h57
São Paulo, 01/11/2025 - O governo chinês abrirá canais de diálogo com o setor automotivo brasileiro para evitar o desabastecimento de chips, essenciais à produção de carros flex no Brasil. Segundo nota do governo federal divulgada neste sábado, o embaixador da China no Brasil, Zhu Quingqiao, informou o vice-presidente Geraldo Alckmin sobre a decisão. Na conversa com o embaixador, Alckmin pediu prioridade no fornecimento dos chips às companhias brasileiras.
"Trata-se de uma excelente notícia”, disse Alckmin, destacando que a cadeia automotiva emprega 1,3 milhão de pessoas e tem impacto direto em outros setores, como siderúrgico, químico, plástico e borracha. "Ainda temos de ver como isso se dará na prática, mas demos um passo importante para que indústria automotiva brasileira continue crescendo e gerando empregos de qualidade”.
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) comemorou a abertura de diálogo com a China para liberar as exportações de semicondutores ao Brasil. O governo chinês concordou em analisar a concessão de autorização especial às empresas brasileiras que estiverem com dificuldades para importar os chips. 
A medida abre caminho para o fim do embargo às importações de semicondutores da Nexperia, que pode levar ao desabastecimento dos fornecedores de autopeças no país e a consequente paralisação da indústria automotiva.
“A rápida resposta do governo brasileiro frente ao alerta feito pela Anfavea permitiu a abertura de canais de diálogo antes de o pior cenário se concretizar, que é o de paralisação de fábricas no país. Vamos acompanhar os desdobramentos nos próximos dias e dar suporte às empresas da cadeia de suprimentos para que possam restabelecer as compras dos semicondutores o mais rápido possível e normalizar o envio de peças às fabricantes”, afirmou Igor Calvet, presidente da Anfavea.

Negociação de chips entre China e Brasil

O setor sentiu-se ameaçado após a decisão da China de restringir as exportações de minerais raros, semicondutores e chips, em retaliação às medidas protecionistas dos Estados Unidos e da Europa no segmento tecnológico.
A Holanda interveio em uma empresa chinesa que opera no país e detém 40% do mercado mundial de chips usados pela indústria automotiva. Em seguida, o governo chinês impôs as novas restrições. Mais cedo neste sábado, a China culpou a Holanda pela quebra da cadeia de produção global, por sua "interferência nas questões internas das empresas”.
Segundo informe feito neste sábado à Anfavea pelo Embaixador da China no Brasil, as empresas brasileiras poderão solicitar exceção ao embargo por meio da Embaixada ou diretamente com o Ministério do Comércio da China. A China concederá a licença para importação a partir da análise de cada caso. 

Entenda o caso

Em outubro, o governo holandês tomou o controle da Nexperia, subsidiária da fabricante de semicondutores chinesa Wingtech. Como resposta, a China bloqueou as exportações dos chips vendidos pela empresa. O efeito colateral desta medida foi a interrupção do fornecimento de semicondutores da Nexperia às empresas da cadeia de autopeças no Brasil. 
Os chips da Nexperia são usados em peças que compõem os veículos de todas as fabricantes e, como há poucas fornecedoras globais de semicondutores, não há outras opções desses componentes no mercado. 
As fabricantes notificaram as empresas brasileiras de que, se nada fosse feito, a produção de peças teria de ser interrompida em poucas semanas, levando à consequente paralisação das  fábricas de veículos no país. 
Em audiência na terça-feira passada, a Anfavea solicitou ao governo brasileiro que buscasse com a China uma forma de deixar o Brasil de fora do embargo. Na ocasião, Alckmin reuniu-se com entidades do setor que pediram apoio ao governo brasileiro para dialogar com Pequim e evitar que o País fosse prejudicado. Participaram do encontro, além da Anfavea, a Associação Brasileira da Indústria de Autopeças (Abipeças) e o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

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