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São Paulo, 19/09/2025 - O uso do cartão de crédito, segundo meio de pagamento mais utilizado pelo brasileiro depois do Pix para compras online, exige alguns cuidados básicos, segundo os especialistas da área, para se precaver de golpes e fraudes. Levantamento recente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) aponta aumento de 17% no montante desviado em golpes digitais no País em 2024 na comparação com o ano anterior, somando R$ 10,1 bilhões.
“Evitar fazer compras utilizando redes públicas de Wi-Fi e ter seu celular ou computador protegidos com um antivírus é a primeira dica que sugiro”, diz Guilherme Klafke, líder e gestor de projetos do Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação da FGV Direito SP.
Segundo Camila Poltronieri Flaquer, head de Cobrança Digital da Recovery, empresa de gestão e administração de crédito, a popularização das compras online torna a preocupação com segurança digital essencial. “A maioria dos golpes acontece em momentos de distração ou por falta de medidas simples de proteção, que fazem toda a diferença na hora da compra.”
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Klafke ressalta que o judiciário brasileiro vem entendendo que a empresa de cartões tem o dever de verificar, quando a transação evidentemente foge do padrão de compras do consumidor, e garantir que não seja feito o pagamento. Fato que não descarta a adoção de camadas extras de proteção, acrescenta.
Mesmo que você não seja muito adepto do universo tecnológico e o assunto o assuste, existem sete atitudes fundamentais recomendadas para reforçar a segurança em compras online, se a sua opção de pagamento é o cartão de crédito:
Dica primordial dos entendidos em tecnologia: dê preferência pelo uso de redes domésticas protegidas por senha ou, se possível, utilize uma VPN (Rede Virtual Privada, um serviço que garante uma conexão segura e criptografada entre o seu dispositivo e a internet) para garantir que seus dados não sejam interceptados.
A primeira delas é verificar sempre se o prefixo ‘https://’ consta na barra do endereço e se o site exibe aquele famoso cadeado. Evite ofertas com valores muito abaixo do preço médio do produto e aproveite para ler comentários de outros consumidores sobre a reputação do site. Certifique-se também sobre as políticas de troca e privacidade de dados. Para evitar problemas, opte por marketplaces consolidados.
Defina um cartão apenas para esse fim. Além de ajudar a ter um melhor controle de seus gastos, essa medida poderá limitar os danos, caso alguma transação seja comprometida ou suspeita.
Pode parecer chato, mas é o tipo de barreira que pode ser decisiva para afastar os criminosos. Opte por cartões que exigem verificação adicional por SMS, app ou biometria para autorizar compras. Esse recurso dificulta que golpistas usem seu cartão mesmo que tenham os dados.
Um consumidor atento consegue limitar perdas com mais rapidez. Isso significa ativar as notificações para cada compra feita em seu cartão de crédito. Acompanhe os lançamentos em sua fatura com regularidade para barrar transações suspeitas e seja rápido. “Saber como funciona o processo de contestação é muito importante para ter agilidade na hora de buscar ressarcimento”, alerta Klafke, da FGV Direito SP.
Criar dados de cartões de créditos virtuais temporários, o que hoje é oferecido pela maior parte dos aplicativos de bancos, é o mais recomendado, pois ele expira após a sua compra. “A ideia de ter um cartão virtual é muito importante e prática. A chance de alguém clonar um cartão virtual existe. Isso aconteceu comigo. Só que uma vez sendo um cartão virtual, dependendo do banco, você consegue impor regras para seu funcionamento, limitar o número de transações, valores, entre outras coisas. Você pode bloquear aquele cartão e continuar fazendo suas compras”, afirma Klafke, da FGV Direito SP.
E a última recomendação: evite salvar informações como número, data de validade e CVC do seu cartão de crédito em qualquer aplicativo de compra.
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