São Paulo, 05/11/2025 - O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) em 15% ao ano, como esperado pelo mercado, pela terceira reunião consecutiva. E a expectativa de analistas e investidores é que esse cenário permanecerá assim no último encontro do ano, entre 9 e 10 de dezembro.
Com isso, as condições para empréstimo e consumo seguem pressionadas e pouco atrativas, enquanto investimento em renda fixa se torna uma opção interessante. A principal dica para o seu bolso por enquanto é evitar entrar em novas dívidas e manter-se fiel ao seu planejamento financeiro.
Como o custo do dinheiro está muito alto e deve permanecer assim por algum tempo, Kelvin Saegussa, economista e CEO da Okame Educação Financeira, aconselha manter o orçamento doméstico e da sua empresa sob controle (no caso do pequeno empresário). "Ainda há várias oportunidades que permitem que você consiga fazer transações que acabem gerando um resultado mais interessante, porém atente para o custo do endividamento antes de assumir qualquer compromisso, justamente por conta da rolagem dessa dívida".
Fluxo maior de estrangeiros
Para o investidor brasileiro, observa Saegussa, nos últimos meses se observou um movimento de migração dos recursos de renda variável (ações) para a renda fixa. Na prática, quando a gente olha para o mercado em si, aparentemente não é isso que a gente enxerga, acrescenta o economista, especialmente quando se trata da
bolsa brasileira, que segue batendo recordes em novembro. "Isso tem acontecido não por conta do investidor brasileiro, mas por conta do investidor estrangeiro, que tem buscado melhores retornos por aqui diante do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos", explica.
De olho na renda fixa
Com relação aos investidores pessoa física na B3, Gustavo Bertotti, Head de Renda Variável da Fami Capital, concorda que a renda fixa segue muito atrativa e o mercado já vem precificando isso. "Avalie com cuidado o seu perfil antes de fazer qualquer movimentação em seus investimentos. Tivemos um segundo semestre bastante agitado, com a questão das tarifas dos EUA concentrando as atenções e um forte retorno de fluxo de estrangeiros para mercados emergentes", afirma, lembrando que a bolsa é extremamente sensível aos juros.
No momento o mercado parece estar bem divido sobre quando o Copom dará início a redução dos juros. "Uns esperam para janeiro outros para março", diz Bertotti, reforçando que nos EUA a expectativa é de mais um corte no juro por parte do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) neste ano.
"Continuamos com o segundo maior juro real do mundo e 2026 é ano eleitoral", reforça Bertotti. Segundo ele, o BC deve seguir vigilante com relação ao controle da inflação.