IOF: o que é e como esse imposto pode impactar seu bolso
Foto: Envato Elements
Por Beatriz Duranzi
redacao@viva.com.brO IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é um tributo federal que incide sobre diversas transações, como empréstimos, câmbio, seguros e investimentos em títulos e valores mobiliários.
O objetivo do imposto vai além de arrecadar, ele é usado pelo governo como ferramenta para controlar a economia: quando ocorre excesso de crédito, aumenta-se a alíquota para encarecer algumas operações e frear a inflação.
Quando e onde o IOF é cobrado?
O imposto é aplicado nas seguintes situações:
- Crédito e financiamentos, como empréstimos para pessoas físicas e jurídicas.
- Câmbio, na compra de moeda estrangeira, cartões internacionais e cheques de viagem.
- Contratação de seguros, incluindo seguros de vida, saúde e bens.
- Investimentos de curto prazo, especialmente resgates antes de 30 dias.
Cada operação tem sua própria alíquota, que varia de acordo com a legislação vigente. Veja alguns exemplos recentes:
- Compras e câmbio internacional agora têm IOF único de 3,5%.
- Empréstimos para empresas contam com 0,95% fixo mais 0,0082% ao dia, até o limite de 3,95% ao ano.
- Aportes mensais acima de R$ 50 mil em planos VGBL são tributados com IOF de 5%.
IOF e juros são o mesmo?
Não! Juros são a remuneração paga a quem empresta dinheiro, negociada entre as partes. Já o IOF é um imposto fixo, determinado pelo governo, sem relação direta com o valor dos juros.
Quem paga o IOF?
- Tomadores de empréstimo pagam IOF, que é recolhido pela instituição financeira.
- Quem compra moeda estrangeira arca com o imposto sobre a transação.
- Segurados pagam o IOF embutido no valor do seguro.
- Investidores em aplicações de curto prazo também pagam IOF sobre o rendimento.
- Na maioria dos casos, o imposto é retido automaticamente, sem exigir ação direta do consumidor.
Como o IOF impacta seu bolso?
- Empréstimos: o valor total a pagar inclui juros + IOF, aumentando o custo da dívida.
- Câmbio/cartões internacionais: o IOF de 3,5% torna compras e saques no exterior mais caros.
- Investimentos de curto prazo: o imposto reduz o ganho, especialmente se o resgate for feito antes de 30 dias.
- Seguros: eleva o valor das apólices, impactando o planejamento financeiro de famílias.
Como se proteger de flutuações?
- Planeje empréstimos: leve em conta o IOF ao comparar ofertas.
- Avalie o câmbio: considere o IOF de 3,5% em compras ou remessas internacionais.
- Evite investimentos de curtíssimo prazo, pois o IOF pode consumir boa parte dos lucros.
- Negocie apólices: verifique se o IOF está incluso e ajuste seu orçamento.
Cuidado com golpes do IOF
A Receita Federal alerta que existem golpes que cobram IOF via Pix, falsificando boletos ou cobranças. O IOF só pode ser pago pelo emissor da operação (banco, corretora etc.) via DARF, nunca diretamente pelo consumidor. Se receber cobranças suspeitas, denuncie à polícia e evite qualquer pagamento irregular.
Alterações recentes nas regras
- Entre maio e junho de 2025, o governo ajustou o IOF:
- Unificou a alíquota de câmbio/em internacional em 3,5%.
- Elevou o IOF para empresas, igualando-os ao patamar das pessoas físicas, com teto de 3,95% ao ano.
- Instituiu cobrança de 5% nos aportes mensais acima de R$ 50 000 em VGBL.
Essas medidas têm impacto direto no orçamento de empresas e investidores, reforçando a importância de planejar com atenção.
O IOF é um imposto onipresente nas finanças do dia a dia, mas muitas vezes esquecido. Saber sua aplicação e impacto é fundamental para tomar decisões conscientes, seja ao pegar empréstimos, investir, contratar seguros ou viajar.
Fique atento às alíquotas atualizadas, evite armadilhas de golpe e inclua o IOF em seu planejamento financeiro para evitar surpresas desagradáveis.
Comentários
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.
