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São Paulo, 13/08/2025 – O mercado de maionese, acompanhamento que faz parte do cotidiano de milhões de brasileiros, tem crescido consistentemente nos últimos anos e já está presente em 90,2% dos lares brasileiros. E esse patamar foi atingido pela primeira vez em 10 anos, de acordo com dados do painel de uso e consumo reunidos pela Worldpanel by Numerator. O produto virou assunto nas redes nos últimos dias em razão de um episódio icônico da novela Vale Tudo: a sabotagem da vilã Odete Roitman (interpretada por Debora Bloch) contra a maionese da ‘Paladar’, empresa de Raquel Acioli (vivida por Taís Araújo).
Segundo esse levantamento, nos últimos 12 meses terminados em junho deste ano o produto registrou aumento de 10,7% em valor gasto pelo brasileiro, com destaque para maioneses saborizadas (+29,2%), e para as embalagens Squeeze (+18,2%), na comparação com o período anterior.
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Em um retrospecto dos últimos 36 anos, desde que a primeira versão da novela foi ao ar, a principal mudança desse mercado foi comportamental e veio a partir da segmentação do público, aponta o professor Leonardo Furtado da Silva, mestre e doutor em desenvolvimento regional pela Universidade Regional de Blumenau e coordenador do curso de Gestão Comercial na UNIASSELVI.
“Esse mercado foi segmentado a partir do momento em que o consumidor passou a exigir do fabricante especificidades do que ele queria. Os fabricantes precisaram investir em pesquisa e desenvolvimento para entregar ao mercado produtos com menor teor de gordura, menos açúcar, veganos, orgânicos. Ao mesmo tempo, o paladar do brasileiro se diversificou e as maioneses saborizadas ganharam o gosto do público”, explica.
Em volume, ainda de acordo com a pesquisa Worldpanel by Numerator, o consumo de maionese pelos brasileiros cresceu 5,3% no intervalo de 12 meses encerrado em junho, com acréscimo de 3,1% em volume médio adquirido por comprador e gasto médio por consumidor 8,2% superior do que o ano anterior.
No período o número de compradores também cresceu 2,2%, com o ingresso de 1,2 milhão de novos consumidores da categoria, junto com a frequência de compra, que registrou crescimento de 3,6%.
O levantamento realizado pela Worldpanel by Numerator faz parte do Painel Nacional de Consumo, que acompanha de forma contínua o comportamento de compra e consumo de bens não duráveis (alimentos, bebidas, itens pessoais de higiene e beleza, e artigos de limpeza doméstica) de 11.300 lares brasileiros, representando 61 milhões de lares em todo o território nacional.
Em termos globais, o mercado de molhos para salada, incluindo maionese, movimentou US$ 79,6 bilhões em 2024, conforme estudo da consultoria internacional Mordor Intelligence. E a expectativa é de atingir US$ 103,9 bilhões em 2029. O número representa um crescimento de 5,5% ao ano.
Em 2020, a pandemia covid-19 trouxe a saúde ao centro das atenções e levou os consumidores a buscarem alternativas de alimentação mais saudável e optar por receitas caseiras mais simples e rápidas. Isso levou a uma forte demanda por opções de lanches saudáveis, mas prontos para consumo.
De acordo com o mesmo levantamento, a tendência aponta para a maior procura por sabores étnicos, como os alimentos japoneses, tailandeses e chineses, que utilizam uma quantidade considerável de molhos.
Tal diversificação de ingredientes e temperos tem contribuído para impulsionar ainda mais esse mercado, com destaque para os molhos para salada à base de plantas, elevando a concorrência no segmento. O consumo de maionese vegana, por exemplo, cresceu 36% no mundo nos últimos três anos, acrescenta o professor Furtado.
Além disso, as saladas são cada vez mais recomendadas para dietas de controle de peso e o molho é visto como um ingrediente essencial para tornar o prato mais atraente e palatável.
Segundo o professor Furtado, a competição entre os produtos que tem composição de ingredientes naturais tem ditado o crescimento do segmento e deve continuar ditando pelos próximos anos. “Produtos com etiqueta vegana ou naturais tem maior penetração no mercado”, destaca.
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