Facebook Viva Youtube Viva Instagram Viva Linkedin Viva

Mercado de trabalho segue aquecido no Brasil, mas dá sinais de desaceleração

Adobe Stock

Número de reclamações trabalhistas que chegam ao STF está aumentando - Adobe Stock
Número de reclamações trabalhistas que chegam ao STF está aumentando

Por Gustavo Nicoletta e Daniela Amorim, da Broadcast, e Luana Pavani

redacao@viva.com.br
Publicado em 31/10/2025, às 14h44
São Paulo, 31/10/2025 - O recente conjunto de dados sobre a taxa de desemprego no Brasil indicou um cenário de estabilidade no mercado de trabalho, com a taxa se mantendo em 5,6% no trimestre encerrado em setembro de 2025. Embora diversos analistas tenham apontado leves flutuações, o consenso é de que o mercado permanece aquecido, com possível desaceleração futura, mas ainda mantendo níveis de emprego fortes e sustentáveis.
O resultado ficou pouco acima da mediana das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, de 5,5%, com intervalo entre 5,4% e 5,8%. 
Os dados oficiais constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã desta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o fim deste ano, a mediana das projeções é de taxa de 5,7%, com intervalo entre 5,3% e 6,3%.
O resultado em setembro é o menor resultado em toda a série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012. No trimestre encerrado em setembro de 2024, a taxa de desocupação (desemprego) havia sido de 6,4%.
A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 18,525 bilhões no período de um ano, para R$ 354,6 bilhões, uma alta de 5,5% no trimestre encerrado em setembro ante o trimestre terminado em setembro de 2024. 
Na comparação com o trimestre terminado em junho, a massa de renda real subiu 0,4%, com R$ 1,349 bilhão a mais. 

Impacto na taxa de juros

A percepção de que o mercado de trabalho segue aquecido, tanto diante dos dados da Pnad hoje e da  publicação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de setembro, ontem, que exibiu geração de vagas no mercado formal bastante acima do previsto no mês, mostram que a taxa Selic deve seguir alta.
O Caged trouxe geração líquida de 213 mil postos de trabalho com carteira assinada no mês passado, frente à mediana das estimativas de 169 mil vagas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast.
A aposta da maioria dos economistas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana é de manutenção da taxa básica de juros nos atuais 15%.
A lógica por trás dessa perspectiva é que o vigor do mercado de trabalho e da renda da população tem potencial de gerar inflação - e o remédio da política monetária para conter a inflação é aumentar a taxa de juros. Com mais dinheiro para consumir e tendo um trabalho formal, as famílias compram mais bens e serviços, o que pode gerar preços mais altos.
Do lado das empresas, o custo de produção e o acesso a linhas de financiamento se torna mais caro diante dos juros altos, e elas tendem a encarecer o preço final de seus produtos e serviços como forma de compensação. Isso tudo pode resultar em inflação, um risco que o Banco Central não quer correr, justificando portanto a manutenção da taxa Selic em patamar restritivo.

Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.

Gostou? Compartilhe

Últimas Notícias